29 junho 2007

CONTO SURREALISTA


Na mercearia da sopa de letras, a versão contemporânea da napoleónica figura lá comprou mais um vocábulo para usar em discursos malabaristas.
Há muito que sabia como fazer a coisa, faltava-lhe apenas o verbo. Encontrou-o, por fim, num alfarrabista e agora serve-lhe como uma luva.
Palavrões como esquizofrénico, e expressões como ânsia de protagonismo ou euforia mediática, já o cansam pela repetição. Precisava de algo de novo para caçoar da outra posição. Eis que aumentou as margens da sua lagoa vocabular e passou a dizer que o modo de agir dos que o contrariam e lhe descobrem as fragilidades é CAPCIOSO!
O curioso é que comprou a palavra mas não sabe aplicá-la. Ter-se-á esquecido do manual de instruções?
É que não pode considerar capcioso o que é dito com frontalidade, às claras, sem subterfúgios.
Como se há-de chamar, então, a esta tendência para enganar dizendo que os outros nos enganam?
Alguém tem uma palavra que me venda para o poder exprimir?

25 junho 2007

AIROSA VERDADE

imagem tirada da Internet

A nossa posição é difícil, com toda a sinceridade. Temos simpatia pelo Fernando, pela sua obra. Não é isso que está em causa, gostaríamos é de ver esta oportunidade explorada um pouco mais. No sentido de se fazer um concurso de ideias e acabar por promover um evento cultural interessante, com a exposição das propostas, com algum debate público, com alguma conferência sobre a importância da escultura na cidade”, justificou Silva Garcia.
(...)
O vice-presidente da Câmara, Aires Pereira (substitui o ausente Macedo Vieira na condução dos trabalhos), considerou que a abstenção socialista reflectia uma opinião sobre o escultor. “Não sabia que o PS não gostava do trabalho do Nando e vamos ter que registar esta postura”, enfatizou Aires…”
in PSD louva qualidade de Nando, PS queria concurso de ideias, Ângelo Teixeira Marques, O Comércio da Póvoa de Varzim, edição de 21 de Junho de 2007

Veja-se como enfatizou Aires o que é impossível e, por isso, abusivo, concluir!
Com que objectivo Aires deturpa o que a Oposição disse explicadamente? É óbvio: o de criar um conflito entre o artista poveiro e o PS!
Cabe à lucidez perceber que nada disto tem sentido! E que, quando a acção política enche, assim, de pó a barriga que se arrasta no subsolo da verdade, é a credibilidade que fica pelas ruas da amargura!


24 junho 2007

CASTELO DE GUIMARÃES



Quase ao dobrar da esquina, junto à rua onde nasci...a minha maravilha!

23 junho 2007

MAU MESMO


No seu discurso do Dia da Cidade, numa circular e cansativa aversão contra a Democracia Participativa que, pouco esclarecido, confunde com o caos, Macedo Vieira – o Homem do Sonar, de Marx - deu um passo em frente: já não a considera perigosa em absoluto.
Agora a dúvida que o ocupa é não saber o que é pior, “se a autocracia, se a participação excessiva.
Participação excessiva: interessante e inédito conceito, que pressupõe a existência de um participómetro. Falta é saber quais os critérios da escala de medida e quem os define, onde fica a linha entre o que é tolerável e o que é excessivo.
Vieira, longínquo no tempo e, sobretudo no modo, do outro Vieira, o Padre, não sabe o que é pior…
Mas uma coisa parece certa: mau mesmo, é alguém achar que pode haver participação em excesso e ficar preocupado, quando a preocupação devia ser por existir manifestamente muito pouco exercício de cidadania e por, até essa, não raras vezes, ser ameaçada pelas práticas autocráticas, pela arrogância, pela falta de uma cultura dos limites do poder, que mina a Democracia e favorece a hipocrisia e a subserviência.

19 junho 2007

PARA QUANDO?

foto de Miguel Pereira

Recebi-o do Luiz Gonzaga Martins.
O texto é, de facto, uma oportunidade instrumental para a reflexão e, se possível, para uma mudança de modelo, de paradigma do exercício da cidadania.
Aqui fica!


Para quando .... Portugal ... ?

"Na Noruega, o horário de trabalho começa cedo (às 8 horas) e acaba cedo (às 15.30). As mães e os pais noruegueses têm uma parte significativa dos seus dias para serem pais, para proporcionar aos filhos algo mais do que um serão de televisão ou videojogos. Têm um ano de licença de maternidade e nunca ouviram falar de despedimentos por gravidez."
"A riqueza que produzem nos seus trabalhos garante-lhes o maior nível salarial da Europa. Que é também, desculpem-me os menos sensíveis ao argumento, o mais igualitário. Todos descontam um IRS limpo e transparente que não é depois desbaratado em rotundas e estatuária kitsh, nem em auto-estradas (só têm 200 quilómetros dessas «alavancas de progresso»), nem em Expos e Euros."
"É tempo de os empresários portugueses constatarem que, na Noruega, a fuga ao fisco não é uma «vantagem competitiva». Ali, o cruzamento de dados «devassa» as contas bancárias, as apólices de seguros, as propriedades móveis e imóveis e as «ofertas» de património a familiares que, em Portugal, país de gentes inventivas, garantem anonimato aos crimes e «confundem» os poucos olhos que se dedicam ao combate à fraude económica."
"Mais do que os costumeiros «bons negócios», deviam os empresários portugueses pôr os olhos naquilo que a Noruega tem para nos ensinar.
E, já agora, os políticos. Numa crónica inspirada, o correspondente da TSF naquele país, afiança que os ministros não se medem pelas gravatas, nem pela alta cilindrada das suas frotas. Pelo contrário, andam de metro, e não se ofende quando os tratam por tu. Aqui, cada ministério faz uso de dezenas de carros topo de gama, com vidros fumados para não dar lastro às ideias de transparência dos cidadãos.
Os ministros portugueses fazem-se preceder de batedores motorizados, poluem o ambiente, dão maus exemplos e gastam a rodos o dinheiro que escasseia para assuntos verdadeiramente importantes."
"Mais: os noruegueses sabem que não se «projecta o nome do país» com despesismos faraónicos, basta ser-se sensato e fazer da gestão das contas públicas um exercício de ética e responsabilidade.
Arafat e Rabin assinaram um tratado de paz em Oslo. E, que se saiba, não foi preciso desbaratarem milhões de contos para que o nome da capital norueguesa corresse mundo por uma boa causa."
"Até os clubes de futebol noruegueses, que pedem meças aos seus congéneres lusos em competições internacionais, nunca precisaram de pagar aos seus jogadores 400 salários mínimos por mês para que estes joguem à bola.
Nas gélidas terras dos vikings conheci empresários portugueses que ali montaram negócios florescentes. Um deles, isolado numa ilha acima do círculo polar Árctico, deixava elogios rasgados à «social-democracia nórdica». Ao tempo para viver e à segurança social. Ali, naquele país, também há patos-bravos. Mas, para os vermos, precisamos de apontar binóculos para o céu. Não andam de jipe e óculos escuros. Não clamam por messias nem por prebendas. Não se queixam do «excessivo peso do Estado», para depois exigirem isenções e subsídios.
É tempo de aprendermos que os bárbaros somos nós. Seria meio caminho andado para nos civilizarmos.

15 junho 2007

O ATAQUE ÀS SALMONELAS PASSA POR AQUI


"Presidente da empresa Águas do Ave garantiu esta tarde (12 de Junho) aos autarcas da Póvoa de Varzim e Vila do Conde que no Verão de 2010 entrará em funcionamento a ETAR Terciária que vai travar a poluição da orla costeira. Em contraste, foi confirmada a inviabilidade de uma solução provisória que garantisse o tratamento dos efluentes descarregados no mar. Por isso, as salmonelas podem estar de volta este Verão."
Miguel Pinto, Póvoa Semanario online, 2007.06.12

Na notícia, nenhuma novidade!
Salmonelas? O verão passado não terá sido mais do que um remake dos anos anteriores. A diferença: a mediatização e a deplorável guerra entre a maioria PSD e a Autoridade Local de Saúde.
Este ano a praia continua indefesa. Na verdade nada se fez para a defender, apesar de, em Agosto de 2006, termos apontado um conjunto de medidas que poderiam ter, pelo menos, minorado os efeitos das ligações directas das redes de infra-estruturas ao mar, situação inaceitável no limiar do século XXI!
Entre outras medidas que cabem a Câmara Municipal, propusemos a rigorosa e efectiva fiscalização das ligações clandestinas de águas residuais ao sistema de águas pluviais, evitando que, através desta rede sejam levados dejectos para o mar, contaminando as aguas marinhas, como hoje acontece e a adopção de soluções de tratamento especifico e diferenciado dos efluentes das vacarias existentes no nosso concelho, criando soluções descentralizadas e porventura produtoras de biogás, evitando a actual contaminação das toalhas freáticas e das linhas de água que, a seguir, desaguam no mar. Este é um assunto premente, tanto mais que não faz parte do Contrato com a Empresa Águas do Ave.SA.

Mas, reflectindo sobre o sistema de tratamento contratualizado com a empresa pública Águas do Ave SA, que também subscrevi, sempre me causou alguma perplexidade a instalação de um interceptor que ligasse as freguesias do norte da Póvoa à nova ETAR a construir a nascente de Vila do Conde. Era muito quilómetro de conduta, muitos equipamentos pelo caminho…
Ora, num encontro com um responsável das Águas do Ave SA expusemos essa perplexidade, tanto mais que a mesma empresa gere o sistema de tratamento de águas residuais de Esposende. Tal como intuí, acabamos por concluir que
é possível ligar as redes das freguesias de Aver-o-Mar, Navais, Aguçadoura e Estela) à Frente de Drenagem 11 – Baixo Cávado, à ETAR existente em Apúlia, que tem capacidade disponível. A Empresa Águas do Ave SA adiantou-nos que essa solução é técnica e financeiramente viável, e até exequível num curto prazo de tempo.
Esta é uma das vantagens que existe em a Póvoa integrar um sistema multimunicipal de tratamento de aguas residuais que, ao gerir diferentes frentes de drenagem, pode ajustar à mais próxima a que melhor servir cada localidade, independentemente das fronteiras administrativas.
Deste modo resolve-se em definitivo o tratamento de esgotos dessas freguesias e, ao fazê-lo num curto prazo de tempo, atenuar-se-á significativamente a possibilidade de contaminação das praias da frente urbana da cidade da Póvoa, uma vez que as correntes marítimas – de norte para sul – deixarão de transportar tanta matéria orgânica como hoje acontece.
Por isso, Dr. Macedo Vieira, mãos à obra! Trate de lutar por esta solução. Estarei consigo!

14 junho 2007

MENTIROLA


Disse Luís Diamantino a Ângelo Marques, do Comércio da Póvoa : “A solução do PS era: isto é um acordo social, vamos todos pagar, até as pessoas que podem são beneficiadas. Não é a nossa perspectiva. Achamos que também as entidades privadas têm a sua quota parte nesta matéria”.

Ora, é REDONDAMENTE FALSO que o PS pretenda um serviço gratuito, e muito menos para quem o possa pagar!
Os Vereadores do PS defendem no PROJECTO BOLINA que uma rede de transportes colectivos a sério tem que ser ao mesmo tempo economicamente viável e socialmente sustentável. Para a viabilidade financeira apontam propostas. Para a sustentabilidade social propõem que a Câmara assuma, no âmbito das suas competências legais, os naturais custos com uma subvenção à empresa privada que vier a fazer a exploração da rede definida pelas duas Câmaras Municipais, com o exclusivo objectivo de assumir o encargo social com o apoio aos idosos, às famílias carenciadas e à população estudantil (uma vez que esta poderá no futuro usar a Rede a criar).
Quem nunca percebeu o estudo da FEUP foi Macedo Vieira, Diamantino e os seus companheiros. Quando se conformaram com a auto-desculpa de que 49.000 € mensais era muito dinheiro, e que um serviço tão caro não seria suportável pelo Município, esconderam-nos que essa verba correspondia à despesa e não revelaram que o mesmo estudo apontava para a sua superação através da receita resultante de uma utilização devidamente quantificada e viável, atendendo aos grandes fluxos existentes entre a Póvoa de Varzim e Vila do Conde (19.500 deslocações diárias em cada uma das direcções, segundo numeros de 2000) e à correspondente venda de billhetes ao preço de 0,60 €. Como também não revelaram, que os custos, a existirem, seriam a dividir segundo o princípio da proporcionalidade, com a Câmara de Vila do Conde, uma vez que se trata de um projecto intermunicipal!

13 junho 2007

AS CONTAS QUE O PSD NÃO SABE FAZER


MENOS UM CARRO é um excepcional blog que tem como causa a mobilidade sustentável!
No passado dia 5 de Junho, publicava-se aí mais uma informação fundamental para a compreensão das coisas.
O PSD de Vieira recusa-se a promover os transportes colectivos, demitindo-se das suas responsabilidades sociais com o argumento de que isso comporta custos que não pretende assumir!
Mas, o mesmo PSD de Vieira não tem descernimento técnico, nem sequer político, para entender que, o excesso de automóveis no espaço urbano tem maiores custos sociais e materiais que os transportes colectivos, que são suportados por todos nós.
Aqui fica a explicação do MENOS UM CARRO:
"S. Proost and K. van Dender da Universidade de Leuven publicaram em 2001 um estudo na revista Regional Science and Urban Economics sobre o impacto de um automóvel a circular em Bruxelas em hora de ponta.
Os custos que são causados nos outros (ou seja a quem não está dentro de esse automóvel) em termos de poluição, congestionamento, acidentes e ruído - as chamadas externalides - é de cerca de 1,895 euros por quilómetro!
O valor é ainda ligeiramente maior para automóveis a diesel, devido à emissão de partículas. Para contrabalançar cada automóvel paga apenas 0,12 euros por quilómetro de imposto.
Fazendo umas continhas... dando de barato que o número está sobreavaliado e tomando metade dele para Lisboa, assumindo que cada automóvel faz um percurso diário de 10+10km (a média deve ser bem mais alta), isto dá cerca de 19 euros por automóvel por dia de danos que cada automobilista inflige ao resto da sociedade, pagando apenas 2,4 euros em troca!
Temos que meter de uma vez por todas na cabeça que o automóvel na cidade é um enorme custo para todos (e um custo estúpido porque há alternativas).
Há que interiorizar a ideia de que não são os transportes públicos, mas sim os automóveis particulares que estão a ser barbaramente financiados por todos.
Por uma questão de ambiente, de qualidade de vida, de bom planeamento mas principalmente de justiça social, este valor tem que ser pago por quem deve. Seja por portagens urbanas, parquímetros, taxas de circulação, seja o que for."


Na Póvoa...Bom, é só fazer as contas!

11 junho 2007

COITADINHO DO HIPOPÓTAMO


Título do Póvoa Semanário, edição de 2007.06.06:
Chumbo ao ‘Bolina’ enfureceu Silva Garcia.

Comentário
A reunião foi à porta fechada. O jornalista, que não podia estar presente, sente-se no direito de imprimir um título escaldante, manifestamente exagerado, que não corresponde à verdade.

O tom das vozes subiu durante a reunião! Mas, não foram apenas as cordas vocais de Silva Garcia que se fizeram ouvir. Num momento mais acalorado, também outros fizeram coro. Um deles até se levantou ameaçador...

Garcia não se poderia enfurecer com um chumbo anunciado, previsivel, atendendo à postura de preconceito partidário da maioria PSD. Garcia reagiu ao cinismo e à falta de seriedade política de uma declaração de voto que transporta imprecisões e erros que deturpam a realidade.

Por isso, compreendo que Diamantino quizesse fugir à substância das coisas e tenha achado útil dizer que o mais importante foi que Garcia subiu o tom de voz. Não estranho... É um comportamento que me faz lembrar uma historieta que ouvi na adolescência. Um dia, o Leão, rei dos animais, juntou-os a todos numa clareira e anunciou que aqueles que tivessem boca grande seriam banidos do seu convivio. Foi então que o Crocodilo apertou a sua bocarra, fez biquinho e exclamou: coitadinho do Hipopótamo!

Que há crocodilos, há.
Ao jornalista cabia fazer o contraditório e não o fez! Bastou-lhe a informação diamantina!


NOTA À POSTERIORI
A anterior referência a Ângelica Santos (entetanto corrigida por mim) deve-se ao facto de ter lido a reportagem na edição electrónica do Póvoa Semanário que apresenta esta jornalista como sua autora. ver
Na edição em papel, a reportagem e assinada por Miguel Pinto.

10 junho 2007

MANEIRAS DE VER


Na entrevista a Diamantino, ficou a a saber-se que "o PSD argumenta, ainda, que deve ser o mercado a funcionar para "que não suceda com o futuro transporte público urbano intermunicipal o mesmo que com o Metro do Porto, cuja baixa adesão espantou os teóricos que implementaram o seu paradigma".
ANA MARQUES JN edição de 2007.06.06
Números veiculados pela comunicação social apontam para uma utilização da Linha Vermelha do Metro de cerca de 50% do estimado.
A julgar pelas suas declarações, para o PSD de Diamantino, tal resultado não aconteceria se esta linha interurbana fosse concebida, construída e gerida por alguma empresa privada, pelo “mercado”.
Há diversas maneiras de pôr a cabeça. Esta é só mais uma. De facto, Diamantino esquece que, a promoção do veículo individual – para o que obras como o parque subterrâneo da Av. Mouzinho contribui…- tem levado a uma preocupante diminuição da utilização dos transportes públicos. Segundo o Expresso de 9 de Junho de 2007, “na AMP, os valores de uso do transporte individual evoluíram de 31% para 52% no período assinalado de 1991-2001, enquanto o uso do transporte colectivo desceu de 42% para 28%”. E o cenário na Póvoa é muito pior, uma vez que dados de 2002 revelam que a utilização do transporte colectivo – que é obra do mercado, com 7 operadoras privadas e três dezenas de carreiras na maior das confusões – é de apenas 8%!
Mas, o PSD de Diamantino também esquece que, no caso especifico do Metro, o facto de, durante os três anos que durou a execução na nova linha, a empresa pública ter literalmente maltratado antigos utentes do comboio, pondo à sua disposição um péssimo serviço de transportes alternativos. Tal facto levou a que muita gente, aborrecida, deixasse de utilizar o transporte público, adquirisse e passasse a viajar de automóvel no seu quotidiano. Muitas vezes nos batemos contra o serviço medíocre prestado pela Metro aos antigos utentes do comboio. Nessa altura o PSD de Diamantino assobiava para o lado. Hoje é visível que uma tão estúpida estratégia comercial, além de não atrair mais gente para o sistema, afastou muitos dos seus tradicionais utentes.
E o PSD de Diamantino também esquece a falta de articulação do Metro com inexistentes soluções locais de âmbito rodoviário, capazes de proporcionar o acesso a este novo equipamento às pessoas que vivem na periferia da cidade e noutras zonas do concelho, e que isso é uma responsabilidade local. Ora, uma vez resolvida, potenciar-se-ia o Metro também como meio de transporte de ligação das zonas a nascente da cidade e com Vila do Conde, cidade com quem se estabelecem 39.000 deslocações diárias. Foi para suprir essa falta que o Projecto Bolina construiu a proposta de criação de uma Linha Azul com Park&Ride. Para Diamantino, talvez não seja nada de novo. Mas e pena que, sendo “velho” não contribua para a sua materialização: se o fizesse estaria a ser amigo dos cidadãos!
Finalmente, se uma das razões largamente invocada pelas pessoas para não usar o Metro é o preço elevado do título de viagem, que o Estado subvenciona, não é crível que esse título fosse mais barato se fossem os privados sozinhos a gerir o sistema. Ou será?

Já que falamos do Metro, é sintomático que Macedo Vieira tenha dado o seu aval a um protocolo com o Governo para a construção da segunda fase do projecto e não tenha garantido - nem perdido tempo, que se visse, a lutar – para que fosse contemplado o prolongamento da linha até Barreiros. Este facto diz bem do seu interesse pela mobilidade sustentável, pela cidade e pelos Poveiros. E revela o seu real peso político na AMP: zero!

09 junho 2007

SOLDADINHOS DO CHUMBO



A maioria PSD da Câmara da Póvoa de Varzim chumbou, anteontem, a criação de uma rede de transportes públicos urbanos intermunicipal para os concelhos da Póvoa e Vila do Conde, apresentada pelo PS no âmbito do "Projecto Bolina". A discussão entre PS e PSD chegou mesmo a passar "para além dos limites", admitiu, no final, o vereador da Cultura, Luís Diamantino, que conduziu a reunião do executivo.
Chumbou por "simples preconceito partidário", numa "inversão de posições lamentável", acusam os socialistas, lembrando que o estudo da nova rede agora proposta foi elaborado pela Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP), a pedido das duas autarquias, em 2003.
O PS propunha, explicou Silva Garcia, "uma rede de transportes públicos urbanos intermunicipal, intermodal, sustentável", cuja proposta foi, inclusive, "amplamente debatida e enriquecida" com outras experiências já no terreno. Uma proposta de um "novo paradigma de mobilidade" para a cidade, que "compete à Câmara definir".
"A Câmara, o que tem feito é demitir-se desta competência para dizer que quem tem que resolver o problema da mobilidade é o mercado", explicou Garcia, lembrando que, até agora, "o mercado tem sido a negação de tudo isso", com sete operadores, 30 e tal carreiras, "de costas umas para as outras", criando uma "muito má imagem dos transportes públicos". (...)

ANA MARQUES, JN edição de 2007.06.06

07 junho 2007

IGNORÂNCIA QUE QUEIMA



A ignorância despreza a inteligência, e quando se mistura no mesmo tubo de ensaio com a arrogância prepotente, fica ainda mais insuportável.
Custa muito estar cercado pela mediocridade!

03 junho 2007

PRAFENTROGRADO


Macedo Viera lembra que o PS queria apenas "fazer a requalificação superficial mudando apenas a estética" e, sublinhou, "o maior partido da oposição sempre teve uma postura retrógrada e negativa" em relação a este assunto.”

Que adjectivo se deve vestir à atitude de quem se julga na vanguarda só porque olha antes de todos para o próprio umbigo, faz um imenso túnel a rasgar de lés-a-lés o centro nevrálgico da cidade para esconder os carros debaixo do tapete, e nem sequer copia o Marquês do Pombal, que, a seguir ao terramoto de 1755, mandou construir galerias técnicas para instalar as infra-estruturas?
Por cá e agora, no âmago de tudo o que o Presidente Vieira considera que deve ser seguido pelos demais, as redes de águas, de saneamento, de águas pluviais e de distribuição eléctrica, de iluminação publica, de telefones…, continuarão vulgarmente enterradas – ao lado do túnel da Avenida.
No futuro, bem enterradas, ate que seja necessária qualquer manutenção. Então veremos o filme a preto e branco de um costume brando: fazem-se buracos na rua, atrapalha-se a utilização do espaço público e os de sempre pagam a factura.