08 dezembro 2009

QUE HÁ DE NOVO?


Que há de novo?
Querem ver uma curta metragem que um amigo me enviou?

06 dezembro 2009

HOPENHAGEN




A Comissão Europeia revelou na semana passada que mais de sessenta por cento dos europeus considera as alterações climáticas “um problema muito sério” e acha que o combate aos seus efeitos “pode ter um impacto positivo na economia da EU”.
As preocupações com a nossa casa comum estão cada vez mais acesas. A mensagem passou, seja ou verdadeira ou verdadeiramente exagerada, como pretendem as recentes notícias condensadas sob um novo rótulo do climategate, uma inesperada polémica sobre a alegada manipulação de dados feita por cientistas britânicos e americanos para exagerar o aquecimento global.

Dizem-nos agora que, afinal, não existiu aquecimento global desde 1998, apesar do crescimento das emissões de CO2eq. Diante de informações contraditórias, fica em causa o hockeystick (termo usado entre os cientistas para designar o gráfico em forma de stick de hóquei que representa a evolução das temperaturas do hemisfério norte nos últimos mil anos, e que foi criado por um grupo de cientistas norte-americanos em 1998). Mas, haja ou não uma relação determinante entre a utilização descontrolada dos combustíveis fósseis e as alterações climáticas, como nos vêm fazendo crer, o essencial é que os problemas de fundo da sustentabilidade ambiental permanecem e agravam-se, pelo que devem ser atacados com determinação e realismo.
De facto, fenómenos climáticos naturais, que sempre existiram, têm tido efeitos cada vez mais catastróficos porque as acções humanas sobre o território têm vindo a criar condições para isso ao desflorestarem as cabeceiras de rios (que agravaram o seu assoreamento e as consequentes inundações), ao aumentarem os riscos de deslizamento das encostas (porque eliminaram a vegetação que as estabilizava), ao construírem cada vez mais em leitos de cheia e ao provocarem alterações cada vez mais extensas e profundas no uso do solo.

Um novo paradigma é preciso, e construí-lo é uma tarefa de todos, dos governos e dos cidadãos.
Daí a importância dos esforços mobilizados para a Cimeira de Copenhaga, onde é preciso ultrapassar a obsessão do aquecimento/emissões para concentrar a atenção na eficiência energética, nas energias renováveis, na minimização dos efeitos das alterações nos usos do solo, no combate à desflorestação, à fome e aos efeitos da variabilidade climática.
É nessa esperança que é preciso apontar e isso implica também não esquecer a equidade e a justiça social. Não há sustentabilidade sem se atender à relação triangular entre o ambiente, a economia e o social.

NOTA
O Climagate consistiu na divulgação, através da Internet, de um conjunto de ficheiros, que incluem programas de computador e emails trocados entre alguns dos principais autores dos relatórios do IPCC, de entre os quais assumem particular relevo os de Phil Jones, director do Climate Research Unit (CRU) da Universidade de East Anglia e Hadley Centre (Reino Unido), de autores do notório hockeystick e instituições responsáveis pelas bases de dados climáticos, como o National Climate Data Center (NCDC) e o Goddard Institute for Space Studies (GISS) dos EUA, consideradas de referência pelo IPCC.
O que se pretende com esta revelação é denunciar que muito do que era suspeito e atribuível a erro humano afinal era intencional e destinado a manter a "verdade" (do IPCC) de que houve um aquecimento anormal e acelerado desde o início da revolução industrial devido à emissões de CO2eq. Segundo o cientista português Delgado Domingos, essa "verdade" é incompatível com o Período Quente Medieval (em que as temperaturas foram iguais ou superiores às actuais apesar de não existirem emissões de CO2eq) e a Pequena Idade do Gelo que se seguiu. É também incompatível com o não aquecimento que se verifica desde 1998. Esconder ou suprimir estas constatações foram objectivos centrais da fraude científica agora conhecida.
A ser verdade, este comportamento escandaloso e intolerável de um grupo restrito de cientistas que atraiçoaram o que de melhor a Ciência tem, só foi possível porque um grupo de políticos, sobretudo europeus, criou as condições para o tornar possível. A ser verdade o Climategate, o comportamento denunciado afecta a credibilidade pública da comunidade científica.