29 junho 2010

BENS COMUNS





Yes, we can!
Ainda havemos de chegar ao dia em que a Banca e outros sectores estratégicos essênciais (água, matérias primas, energia, telecomunicações…) serão BENS COMUNS, ao serviço de todos sem espaço para os especuladores que, na ambição desmedida e cega dos seus jogos agiotas e insensíveis, estão na base das crises que delapidam os povos.


Nobel da Economia diz que governos deveriam ter criado os seus próprios bancos

O prémio Nobel da Economia Joseph Stiglitz defendeu, este domingo, que se os bancos não emprestam os governos deveriam criar os seus próprios bancos.
«Nos Estados Unidos entregámos à banca 700 mil milhões de dólares. Se tivéssemos investido apenas uma fracção dessa quantia na criação de um novo banco teríamos financiado todos os empréstimos necessários», explicou Joseph Stiglitz em declarações ao jornal Independent.
Na realidade, adiantou, teria sido possível atingir esse objectivo com muito menos.
Para o Nobel da Economia, o problema dos Estados Unidos é que o estímulo fiscal não foi o que era necessário.
Depois dos ataques dos mercados financeiros à Grécia e a Espanha, o consenso aponta para a poupança por parte dos governos, critica Stiglitz que compara a situação actual com a dos Estados Unidos durante a presidência de Herbert Hoover.
Os governos, como o britânico, não só se negam a estimular a economia, como também se dedicam a cortar no gasto, como fez Hoover em 1929.
«Hoover acreditava que quando se entra em recessão, aumenta os défices, pelo que optou por cortes e isto é precisamente o que querem agora os estúpidos mercados financeiros que nos colocaram na situação em que estamos», disse o prémio Nobel.
Segundo Stiglitz, é o clássico erro de confundir a economia de uma família com a de uma nação.
A resposta à crise, defende Stiglitz, não é reduzir o gasto público mas redefini-lo reduzindo, por exemplo, a verba que é gasta na guerra do Afeganistão e aumentando o investimento em áreas como a investigação e o desenvolvimento.

27 junho 2010

APOIO NATURAL




Jorge Sampaio declarou hoje em entrevista ao DN que o meu apoio a Manuel Alegre é natural e outra coisa não seria de esperar pois pertencemos à mesma família política. Fizemos parte da mesma geração de oposição ao regime, trilhei com ele um caminho comum na defesa da consolidação da democracia portuguesa, designadamente no trabalho parlamentar e em vários desafios partidários. Partilhamos princípios e inquietações sobre o progresso e a dignidade do homem e compartimos semelhantes exigências por um mundo mais justo e solidário.”

26 junho 2010

CHIPS & SHOPS



«A alternativa à cobrança electrónica é só uma: a cobrança física». Uma medida que adia a introdução de portagens nas SCUT por três anos. Quem o diz é o secretário de Estado das Obras Públicas, Paulo Campos, que justifica este prazo com a necessidade de realizar estudos de impacto ambiental.
Extraído de: TVI24 45 horas atrás

Ao fim de 6 anos, Macedo Vieira tinha todas as condições para ser o homem mais feliz do planeta: finalmente portagens na A28! Vencia finalmente a sua tese neo-liberal do utilizador/pagador contra a tese do pagador/utilizador.
Confirmando a volatilidade dos momentos felizes, eis que se chumba na AR a obrigatoriedade de utilizar chips nos automóveis. Em defesa da liberdade dos cidadãos contra mais uma ameaça do big brother, acaba por mandar por água abaixo a cobrança de portagens na A28 , antiga IC1!
Macedo triste, mas toda gente contente. Assim é que é.
Também um tal Pedro Bento deve ter um nó na garganta. Afinal, também o negócio foi por água abaixo.
«Ex-assessor do Governo vende chips para SCUT»
Extraído de: TVI24 11 minutos atrás
Pedro Bento passou do gabinete do secretário de Estado Paulo Campos para a empresa pública que gere o sistema de portagens nas auto-estradas

A LER SARAMAGO?


O mais certo é estar a estudar uma forma de explicar o inexplicável.
Para mim, Cavaco - que às vezes se esquece de que ainda é Presidente da República - só não foi ao funeral de Saramago por desconfiar que Saramago também não irá ao dele!

22 junho 2010

DESCOBRIR AS ÍNDIAS

É preciso descobrir as Índias de dentro...neste tempo em que uma nova ditadura, a ditadura dos mercados financeiros especulativos, que de fora nos ameaça e corrói a vida...

VALE OUVIR O COMENTÁRIO DE ALEGRE

19 junho 2010

SEARA AO VENTO






Em Maio de 2008 andei pelo Palácio da Ajuda à procura dos múltiplos caminhos de “A Consistência dos Sonhos”, magnífica exposição sobre a vida e obra de José Saramago. Duas horas de deslumbramento distribuídas por mil leituras… A páginas tantas, encontrei-me no mesmo largo onde o escritor, de forma desconcertante dizia que “o pior da Liberdade de Expressão é a liberdade sem expressão”. Ouvi-o depois, numa entrevista afirmar que o mais importante é a expressão, e que disso tinha tomado consciência definitivamente…
Assisto agora com tristeza à partida inevitável que, todavia, não significará a morte quando há mil e um motivos para uma permanência intemporal. Com Saramago e a sua literatura irreverente e inconformista, fundada numa postura ética, ficou um modo de escrever, mas também a porta aberta a novos modos de ler e, sobretudo, de olhar as coisas e o mundo...
Estou grato ao homem e ao escritor que acrescentou à vida o que não existia e nos permite fruir dessa nova seara ao vento.

13 junho 2010

À MARGEM DA INDIFERENÇA




Li no Expresso de ontem e cheguei ao blogue de Rita Ferro...
Espero que não seja atrevimento publicá-la no Cá-70. É que a leitura de palavras como as que Rita Ferro alinha neste apelo (denúncia) pungente, são água fresca de lucidez e têm a urgência de nos intimar à reflexão, mas, sobretudo à acção! A coisa está preta, e não pode permanecer assim por mais tempo!



CARTA ABERTA À FAMÍLIA ESPÍRITO SANTO

Cresci a ouvir falar da vossa família com uma reverência quase tão mística como a matriz bíblica do nome que vos designa.
Em 1931, o vosso avô Ricardo foi mecenas de uma obra social fundada por minha avó, e é em nome dessa memória afectiva que venho hoje galvanizar-vos.
Sabem? Herdeira genética do salazarismo, mas penitente pelos efeitos do seu regime, sinto-me hoje ludibriada por ter dado o benefício da dúvida a quem se perfilou na defesa das suas vítimas para agora as defraudar, apropriando-se de todos os tiques, luxos e vassalagens que, rusticamente, se associam à Direita, e de que toda a Esquerda persistente deveria, ao menos, recatar-se.
Na verdade, devo a meu Pai tudo o que sei de Política: «Nenhum sistema ou nenhuma ideologia pode hoje considerar-se a salvo de suspeita».
Lição breve, mas que sobra para enxergar quando me enganam: o nosso Primeiro-Ministro está mais preocupado em encobrir o lobbying argentário que o assedia do que em escorar Portugal contra a calamidade mundial que afundará, em primeiro lugar, economias moribundas como a nossa.
Todavia, presenciar os ultrajes a que se presta – sem saber ou poder defender-se – não é um espectáculo menos triste do que assistir à demissão dos portugueses que, lesados, falidos e ultrapassados por jogadas de bastidores, contam anedotas para expurgar a impotência.
Sei que sabem: as «classes» acabaram finalmente, não por promessas de Abril – ingénuas nesta matéria – mas porque tanto operários como intelectuais se irmanam hoje no garrote da penúria para que meia dúzia de plutocratas possa beneficiar-se com o que, em justiça, caberia a todos, segundo os chavões humanistas de que sempre se socorrem para burlar os eleitores.
Diverso, o vosso caso: o que se ouve neste momento, nas vossas costas, tanto nas salas como na rua, é que a força deste Governo não lhe advém dos cabelos, como em Sansão, mas da retaguarda que o vosso Grupo lhe assegura para acautelar negócios que, com o álibi das metas europeias e a promessa de retornos delirantes, vão cavando a nossa sepultura.
Refiro-me, claro, a todos estes investimentos – inoportunos nos prazos - em que Sócrates vem embarcando, com a chancela de consórcios financeiros onde, surpreendentemente, consta sempre o vosso Grupo: novas redes de auto-estradas, pornográficas para quem vive na miséria; o TGV para Madrid e a extravagância de uma terceira travessia sobre o Tejo; um aeroporto importante do ponto de vista logístico e estratégico, mas sem tráfego que justifique um projecto faraónico.
É, pois, na qualidade de patriota angustiada que vos rogo que recordem o seguinte a quem, de entre os vossos – tão endividado como nós, e a outra escala – possa também ressentir-se.
Ao contrário do vosso Grupo – e doutros, claro, mas com menos pergaminhos – não teremos a Suíça como abrigo quando a lâmina da bancarrota nos cortar a jugular, pelo que será aqui mesmo, em solo lusitano, desonrados e perecendo entre escombros, que exalaremos o último suspiro.
Se nem isto os demover, pois então que se perfile, coerente, a Fé cristã da Família: estão em causa montantes capazes de SALVAR, literalmente, milhares de irmãos da desgraça, da desonra, da doença, da morte nos hospitais, sem cama nem assistência, e do recurso ao suicídio para o qual a Estatística nos tem vindo a alertar e que disparou, em flecha, desde o princípio da Crise.
Confiem: lembrar-lhes isto seria o acto mais nobre de lealdade a Portugal, tratando-se de um Grupo que, desde o Estado Novo até hoje, tem podido prosperar graças à indulgência de todos os governos e à vista grossa de um povo já exangue.
Dirão que o GES está no seu papel e que cabe a Sócrates prevenir-se; direi eu, que estou no meu, que me cabe defender a minha Pátria de quem quer que a ameace.

Um abraço da Rita Ferro
por ocasião do Dia de Portugal

05 junho 2010

GATO DE FORA




Li no Póvoa Semanário da edição desta semana que, a propósito das novas contratações que se avizinham, o Presidente Vieira terá declarado:

Eu sei que a oposição tem sempre a tentação de dizer que isto são lugares para boys. Mas, neste momento que atravessamos momentos difíceis, só contratamos pessoal que é estritamente necessário.”

Fantástica declaração num momento em que se atravessam momentos…
Agora, que são difíceis, só o que é necessário! E antes, quando não eram difíceis? Afinal sempre se contratava o que não era necessário?

Assim se vê o rabo escondido com gato de fora!!!

É PRECISO LATA

Um amigo enviou-me esta informação.





"... Os portugueses comuns (os que têm trabalho) ganham cerca de metade (55%) do que se ganha na zona Euro...



Mas os nossos gestores recebem, em média:
- mais 32% do que os americanos;
- mais 22,5% do que os franceses;
- mais 55 % do que os finlandeses;
- mais 56,5% do que os suecos"

(dados de Manuel António Pina, Jornal de Notícias, 24/10/09)


E são estas "inteligências"(?)que chamam a nossa atenção dizendo:
"Os portugueses gastam acima das suas possibilidades".