17 julho 2011

Ministra sem gravata


Eles disseram que tinham um excelente plano para reduzir a gordura do Estado. Que não aumentariam impostos porque teriam receitas por via da redução da despesa...

Quando a zona euro está à beira de um colapso e os impostos disparam, a ministra Cristas anuncia que os homens do seu ministério vão deixar de usar gravata para poupar no ar condicionado.

Esta ideia genial vai obrigar a rever todos os prémios Nobel da Economia desde o crash de 1929. Como é que Milton Friedman não mandou desligar as ventoinhas de Santiago? Ignorante. Por mim podem pôr gravata, blusão de penas e ligar o ar condicionado. Mas apresentem medidas com pés e cabeça!” (1)

Pergunta inocente: e se o calor apertar? Teremos streep tize na agricultura?

E depois da rapaziada se habituar a estar sem gravata, fresquinha e à vontade, qual será a nova ideia cristalina para poupar energia e reduzir as emissões de CO2, evitando o aquecimento através das máquinas durante o inverno?
Com 10.500 funcionários no ministério da agricultura, está aqui um excelente nicho de mercado para a produção da manta e do capote, do cachecol e do barrete.  
Das luvas, não me parece bem...Mas, o ministro da Economia bem pode preparar já um programa de apoio à industria textil e da confecção, porque se a moda pega vai ser um vê se te avias.
(1) Ricardo Costa, in Expresso

6 Comments:

Blogger Manuel CD Figueiredo said...

Há cerca de 10 anos os japoneses apresentaram um vasto conjunto de medidas simples para melhorar as condições ambientais e poupar energia; uma dessas medidas era justamente aconselhar a não usar gravata quando apertasse o calor.
Esta "determinação ministerial" é uma cretinice que mete dó! (agora se percebe a razão da triste figura do "Paulinho das Feiras" com a camisa aberta até ao umbigo).
Este tipo de mentalidades contribui ainda mais para denegrir a imagem do país onde reinam os corruptos, os incompetentes, os mentecaptos e os profundamente ridículos.
Mande a ministra os seus técnicos para o campo tratar a sério dos problemas da agricultura, e deixe-se de lérias.
Nos gabinetes (ar condicionado?), os homens tiram as gravatas e abrem os colarinhos, para arejar...por cima; as mulheres tiram as cuecas para arejar...por baixo. O Ministério da Economia agradece, pela poupança.
Para os agricultores que tratam dos tomates serão promulgadas regras adequadas.

17 julho, 2011 23:43  
Blogger José Leite said...

Luvas?! por que não? No inverno, em vez do ar condicionado, que fica caríssimo, luvas, pois claro!

O pior é que nalgumas câmaras, há luvas todo o ano! Alguns empreiteiros que o digam: sem elas isto não avança!

19 julho, 2011 10:52  
Anonymous Anónimo said...

alguem tem que dar o exemplo. Começar é bom.Não vai recuperar um país mas é um bom exemplo.Outros melhores viram. Assim o espero.
Cortem nas ajudas de custos dos politicos, cortem nos 10.500 funcionários do ministério da agricultura, ... .é que não temos agricultura para sustentar 10.500 maganos e provavelmente 5.000 bons funcionários chegavam e assim as meloas da Povoa poderiam ser mais baratas, já para não falar nos nossos TOMATES
José Tinoco

19 julho, 2011 19:35  
Blogger José Leite said...

Parece-me lamentável que alguém que sempre lutou por acções concertadas no sentido de se poupar energia, de se melhorar o ambiente__ e estou a recordar-me das «cidades sem carros», da racionalidade económica com uso privilegiado de transportes públicos em detrimento dos privados, de tantas alusões na câmara a diversas formas de poupança, até nas empreitadas e nos fornecimentos venha agora__ de forma infeliz e sectária__denegrir um acto louvável, intrinsecamente salutar, que deveria ser paradigmático e até seguido por autarquias e diversas instituições pública, verberar o que já é prática corrente lá fora, em tempos de crise e não só.
Só é pena que este gesto não seja alargado a outros sectores, no uso de carros públicos luxuosos e usados fora dos tempos de serviço por autarcas e administradores de empresas públicas.
Os princípios lançadas às urtigas. Não importa o partido a que pertence quem toma as decisões, importa é a essência, a intenção, o desiderato último deste modus operandi. Que esta e outras medidas se sigam, extravasando o âmbito governamental para acabarem mordomias estultas, benefícios mais dignos de marajás do que de serventuários do povo que os elegeu.
As minhas desculpas pelo tom, mas não esperava isto de si.

24 julho, 2011 10:43  
Blogger J.J.SILVA GARCIA said...

Meu caro, pode usar o tom que entender, que não levo a mal.
Mas deixe-me que lamente que não percebeu o essencial do que pretendi dizer!
Na verdade precisamos de medidas sérias e consitentesa para conter a despesa pública e não de meros paliativos, apresentados de forma folclórica, a roçar a anedota!
Foi isso que critiquei e não a intenção de poupar energia, que passa por alterações comportamentais - é certo -, mas não se resolve com o tirar de gravatas mas com acções técnicas devidamente estudadas conforme as características de cada edifício e de cada espaço.
Por isso também poderei exclamar que não esperava de si essa leitura precipitada e superfícial da crítica que quiz fazer ao facilitismo mediático com que se tenta enganar o povo.
Enfim, parece que nos surpreendemos um ao outro. Mas, se há coisa que nunca faria era mudar de opinião por meras razões partidárias. E isso você sabe bem!

25 julho, 2011 18:48  
Blogger Netafil said...

Sejam qual for os cortes, é sempre a favor de um Ambiente melhore, já imaginaram se eliminassem as bicicletas e os seus apetrexos, incluindo o que os ciclistas teem de comer a mais pra pedalar.......não restam dúvidas de que teriamos um Ambiente muito mais VERDE.

26 julho, 2011 14:35  

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