26 abril 2006
25 abril 2006
25 DE ABRIL DIA DA LIBERDADE
Num tempo em que, na agenda politica, prevalece o efémero e o acessório sobre o que é essencial e exige perenidade, há que reafirmar a ideia base que emana do sonho proposto, escancaradas as portas que Abril abriu: é preciso sempre mais Democracia, como seiva do Desenvolvimento que só é possível com Justiça Social.
As pessoas têm que ser os destinatários principais da acção política e da economia. A nossa causa - do Estado, das Autarquias, das organizações cívicas e de cada um de nós – tem de ser assegurar o direito à Felicidade a todos os cidadãos, homens e mulheres, novos e velhos!
O diagnóstico é conhecido e partilhado por todos há muito. Neste Portugal radicalmente transformado e incomparavelmente melhor do que nas horas dos dias de breu da ditadura fascista, há progresso e modernidade. Mas permanece por resolver a exclusão e com isso fica incompleta a cidadania e se atrasa a História. Centenas de milhares de desempregados e dois milhões de portugueses no limiar da pobreza…Cada vez mais pobres e cada mais ricos os ricos. O país europeu onde existe o maior fosso entre os que têm tudo e até demais, e aqueles que pouco têm ou quase nada.
É preciso passar do diagnóstico a uma resposta firme, efectiva e eficaz.
No país e na nossa vizinhança. Na Póvoa, em Aver-o-Mar, Balasar e na Estela, e noutros recantos distraídos da nossa terra, não é possível ficar indiferente à margem onde a vida se esqueceu de muitos dos nossos concidadãos e nem a palavra esperança consta do dicionário do quotidiano.
O 25 de Abril é o lugar onde regressamos para ver tudo mais claro. O que quer que façamos a seguir é o resultado da escolha. Hoje, de novo, importa que a escolha seja o sonho de um mundo mais justo e um caminho determinado pela vontade e não apenas mais uma ressaca depois da festa.
Duas notas em rodapé : no Marco de Canaveses pós o impossível Ferreira Torres, pela primeira vez comemora-se o Dia da Liberdade.
Na Madeira, o Al-berto fechou a ilha às comemorações do 25 de Abril, o mesmo dia que está na génese da autonomia insular e sem o qual, João Jardim, o Al-fechado, não seria livre, até para insultar a nossa história colectiva e os nossos valores.
20 abril 2006
K7 PIRATA
Primeiro, introduziu no tambor do revólver a esquizofrenia, a seguir a euforia mediática e a ânsia de protagonismo. Logo depois o obsceno nas actas…
Mais tonto que a agulha de uma bússola desesperada por não suportar o lado magnético da verdade, o Caudilho acusa a Oposição de leviandade pelo simples motivo desta ter demonstrado que a Varzim Lazer é uma dispendiosa inutilidade, que apenas serve a clientela partidária e a bolsa de oportunidade de umas senhas de presença a 249,00€ por reunião!
Com a palavra leviandade o Caudilho quer assassinar o mensageiro por não gostar da mensagem!
Depois do Caudilho, vem o Vice-Caudilho, mestre do sarilho, e dispara, também, a palavra leviandade!
Tudo porque a Oposição lhe revelou que ainda há pouco o Diário da República deu à luz o Plano de Urbanização da cidade e, ao primeiro contacto com a realidade, ele se desmoronou com a fragilidade de um baralho de cartas. A “cidade desportiva” (E14) ficou muito aquém do que era previsto, mas esgotou a sua capacidade com o Estádio Municipal, os sintéticos e o Parque de Lazer. E o Parque da Cidade, pelo seu estatuto, não poderá receber o Estádio do Varzim sem uma alteração formal ao Plano de Urbanização!
A Oposição explicou-lhe, também, que o Desenvolvimento Sustentável implica acabar com o desperdício, com o esbanjamento de recursos e com a duplicação de equipamentos que gera custos de manutenção insustentáveis.
Explicou-lhe que o Desenvolvimento Sustentável implica equilíbrio entre o volume de edificação, os espaços verdes, os equipamentos e as infra-estruturas viárias e de outras redes.
Explicou-lhe, ainda, que o Desenvolvimento Sustentável implica um novo paradigma das finanças locais, que o erário municipal tem de deixar de estar dependente do betão!
E, que tudo isso, no que se refere à Zona Norte – pejada de volumes de grandes dimensões - significa deixar de pressionar o litoral (e o Alto de Martim Vaz) com uma volumetria edificada acima do razoável; que não faz sentido justificar o excesso de construção com o fito de gerar mais dinheiro para construir outro estádio de futebol, estimado em 12.500.000 de euros, quando seria mais simples e económico adaptar o Estádio Municipal.
Tanto se criticou o excesso de estádios do Euro… E, enquanto em Milão, o AC Milan e o Inter partilham o mesmo relvado, na Póvoa corre-se o risco de ter DOIS estádios de futebol!
Por estas razões, o Vice-Caudilho, habituado aos sarilhos "dourados", atribuiu à Oposição irresponsabilidade e levianandade. Como não tem substância para argumentar, esconde-se atrás da cassete, faz ruído…levanta o pó…
A insistir no sarilho da injúria, qualquer dia as palavras revoltam-se por serem tão mal utilizadas!
18 abril 2006
anaC(r)ÓMICO
Enquanto isso, na Póvoa não há recolha selectiva ao domicílio. A Póvoa permanece mergulhada num dos mais retrógrados e ineficazes sistemas de recolha de lixo. Nas freguesias há contentores inestéticos muitas vezes a transbordar de detritos degradando o espaço público. Não há recolha porta a porta; no entanto, os fregueses pagam a tarifa de RSU como se esse serviço lhes fosse prestado. Na cidade, junto aos lampiões ou aos troncos das árvores, sacos de todos os tamanhos e feitios são colocados à porta, à mercê de animais e de pontapés vagabundos, a escorrer gorduras que conspurcam o espaço público…
Assim se mantém teimosamente um serviço (ana)c(r)ómico, que é o mesmo que simultaneamente fora do tempo e cómico se não fosse triste!
Se houvesse interesse e humildade não custava nada aprender com o que se passa aqui ao lado: em Vila do Conde – que ganhou o Prémio Cidades Limpas 1999, 2001 e 2003 - , a Câmara os residentes gerem contentores fornecidos pela Câmara a cada habitação.
Em Vila do Conde não há sacos rasgados com as entranhas nojentas espalhadas no chão. Mas lá, a vontade é outra e, para sorte das gentes, não há anjos no poleiro!
16 abril 2006
É PRECISO MAIS QUE O RITUAL
De novo a esperança num tempo de silêncio reflexivo que precisa inventar-se como alavanca transformadora.
Sempre juntei a Páscoa a palavra Liberdade. E na mesma esperança acrescentei-lhes a cor do humanismo como condição da felicidade indispensável.
”Todos nós temos o direito a ser humanos”, li algures. Mas, no epicentro da festa é impossível ignorar que, na outra margem da consciência, na linha oposta, também está escrita, com todas as letras, a palavra pobreza que impede a muitos a humanidade.
Para tantos que nos são próximos ou distantes, a Páscoa ainda não é ressurreição, apesar dos rituais.
À perplexidade junta-se o desejo de um tempo novo onde caibam na mesma ceia todos os povos do mundo. A revolução tem que começar tranquila, mas enérgica e firme, numa rua aqui ao lado, onde as coisas nos entram pelos olhos adentro apesar da teimosa cegueira da insensibilidade que nos aquieta.
Se começarmos naquela rua junto ao mar, a norte do primeiro mundo onde se esbanja por capricho o que é também dos que têm carência, desse modo acabaremos por chegar a toda a parte enquanto marinheiros da mesma nave azul.
14 abril 2006
AO CONTRÁRIO
Ele veste a sombra do pecado, faz escolhas vespertinas e viperinas quando agarra os momentos de ausência de quem quer crucificar publicamente.
Com uma fina linha de seiva encarnada, que estica os caninos até ao queixo, cumpre a mais crua e despudorada cobardia, depois de morder os que lhe descobrem a convexidade calva.
Sempre que lhe fazem perguntas sobre isto ou aquilo, quando quer que isto e aquilo permaneçam no sossego dos seus arquivos, ele troca a face de cera por um nervosismo agressivo.
Nesses espasmos de raiva tenta fulminar o perguntador que acusa de desconfiar.
Mas, por causa do sabão mal imitado, cada vez mais se justifica ao perguntador a cartesiana dúvida metódica… na esperança fugaz de que as verdades oficiais possam um dia coincidir com a Verdade!
05 abril 2006
NO REINO DA MACELÂNDIA
Assim falou, no Reino da Macelândia, tentado pelo ensaio da cegueira!
Assim falou papagueando palavras sem lhe conhecer o sentido, ou vestindo o paletó da mentira com riscas de injúria.
Por queda e vocação, repetidamente diagnostica esquizofrenia política a quem dele discorda. Mas, o acto médico estandardizado corre o risco de ser a própria obsessão esquizofrénica.
Ele bem gostaria que tocassem todos na mesma orquestra: haveria, assim, paz no reino da Macelândia! Mas, quer o Destino e queremos nós que nem todos sejam Yesman!
A alegada mentalidade sindicalista, fiscalista e de superioridade moral que o Presidente atribui à Oposição, justifica-se pelos telhados de vidro da sua política:
- funcionários municipais que trabalham 40 horas semanais e a quem pagam 35;
- elevados aumentos dos custos de tarifas municipais sem qualquer fundamentação lógica e racional e apenas justificada por preconceitos, porque carece de aumentar as Receitas Correntes e assim aguentar as crescentes Despesas Correntes;
- horas extraordinárias em montantes escandalosamente exorbitantes (160.000 contos de reis em 2005, o equivalente a contratar mais 80 trabalhadores);
- erros na comunicação a entidades do Estado de decisões unanimemente aprovadas, com consequências que – não fora a intervenção teimosamente sindicalista, fiscalista e de superioridade moral da Oposição – poderiam ter causado uma cratera de mais de 2.000.000 de euros ao Erário Municipal, por obstinação do Vereador do Pelouro tido como uma mais valia para a equipa;
- uma empresa municipal sem nexo, dispendiosa inutilidade que serve para contentar clientelas partidárias, ao preço de cem mil euros por ano para três administradores e muitas senhas de presença para o Presidente, a 249 euros por reunião;
A História mostra que incomoda confrontar com a realidade quem prefere um buraco no chão para enfiar o toutiço!
No Reino da Macelândia, o caudilho precisa de votos, num melodramático e patético apego ao poder. Assim se move, custe o custar. É preciso iludir? Iluda-se! É preciso mentir? Minta-se! E se não basta o próprio sucesso faça-se tudo para o fracasso dos outros, nem que seja o fracasso inventado!
Um bom exercício será ler as Actas das Reuniões de Câmara para se compreender onde estão as declarações de voto quase obscenas, a agressividade, a injúria e a vacuidade e por onde anda, realmente, a defesa do bem comum!
04 abril 2006
A VASSOURADA QUE URGE
Como insultos a que não posso responder
Sem o perigo duma cruel intimidade
Com a mão que lança o pus
Que trabalha ao serviço da infecção.
Alexandre O´Neill, in o Tempo Sujo