31 outubro 2010

BRASIL



DILMA ROUSSEFF É A 1ª MULHER PRESIDENTE DO BRASIL
Depois do primeiro Presidente operário, Lula, o Brasil continua a suerpreender e a conquistar uma posição de relevo no Mundo.
O primeiro compromisso de Dilma é erradicar a probreza! A julgar pelo que foi feito por Lula...Sim, é possível!

30 outubro 2010

O SONHO

O sonho (Picasso)

Quem escreveu foi J.Pio de Abrei , mas gostaria de o ter feito. Por isso, resta-me partilhar convosco esta realidade tão simples e evidente.



Nos anos 80 sonhava-se com o futuro. Sonhava-se que a ciência iria resolver os problemas humanos, a fome seria suprimida e a automação iria substituir o trabalho mais pesado, permitindo uma maior justiça social. Energia e software eram quanto precisávamos para obter os nossos recursos. O trabalho humano seria menos necessário, e os produtos resultantes da automação seriam cada vez mais baratos.
Para manter o pleno emprego, o horário de trabalho seria reduzido e a reforma viria mais cedo. Como as pessoas viveriam mais tempo, elas podiam, a partir de certa altura, encetar uma nova vida e dispor de mais tempo para o convívio e educação dos mais novos. Haveria mais produção artística e intelectual e inovadora que resultaria do gosto de criar, o que se faria por opção. Na verdade, já estávamos nesse caminho.
Desde então, existiram imensos progressos da genética, da engenharia, da energética e da informática que facilitariam o sonho. A automação aumentou, os seus produtos embarateceram, apareceram as energias renováveis e o software não pára de substituir o trabalho humano, cada vez menos necessário. Mas aumentaram as exigências e o horário de trabalho, bem como a idade da reforma, à custa de um desemprego cada vez maior.
Temos hoje melhores condições para cumprir o sonho, no entanto caminhamos no sentido inverso, em direcção ao pesadelo. Nos anos 80 sonhava-se porque não se tinha previsto que o lucro fosse o valor supremo dos anos que a seguir viriam.

J. Pio de Abreu

23 outubro 2010

É SIMPLES





Todos os dias os ministros dizem ao povo / Como é difícil governar. Sem os ministros / O trigo cresceria para baixo em vez de crescer para cima. Dizia Brecht.

Mas é muito simples! Governar afinal é fácil, desde que os banqueiros e os especuladores gostem…

E a história vai-se repetindo vezes demais assim. De uma só vez, numa repetição sórdida, o murro que nos deram no estômago não foi apenas um, mas quatro:
. o Orçamento de Estado vai esmagar em 2011 o quotidiano dos cidadãos mais frágeis: a muitos funcionários públicos vai ser reduzido o ordenado (e não tarda nada que, no sector privado, se emagreçam ainda mais os magros vencimentos…), é-lhe aumentada a taxa contributiva e passam a comprar bens essenciais com um IVA galopante de 6 e 13 para 23%;
. no mesmo dia passam a pagar portagens em estradas onde não há alternativas de mobilidade, um novo imposto travestido de um alegado princípio idiota de génese neoliberal, o do “utilizador pagador”, como se não pagássemos já através dos impostos que já pagámos (mesmo sem utilizar tanta coisa) e do ISP que se paga sempre que se compra combustível, mas sem o qual não é possível os nossos veículos utilizarem qualquer estrada e não apenas vias rápidas;
. para completar a agressão, diante da confrangedora passividade dos governantes, o preço dos combustíveis subiu outra vez, numa escalada especulativa e oportunista, ao arrepio da lógica de relação com a evolução do preço do crude, aquela lógica que usaram para justificar a subida em 2008 / 2009, mas que logo se esqueceram de aplicar para promover a descida que não querem fazer. Como é possível que os combustíveis estejam hoje ao preço de 2008, em que barril de petróleo andava pelos 150 dólares, apesar de andar agora pela metade?

Os banqueiros de ganância obesa e insaciável, grandes responsáveis pela crise que se vive no imediato e ameaça o futuro por muito tempo, mas livres de qualquer sanção graças a uma impunidade obscena, gostam disto tudo! E vêm nas medidas anunciadas por um governo eleito democraticamente (oriundo dum partido socialista!) a maneira de continuar a chafurdar nos milhões de lucros que, despudoradamente anunciam todos os dias enquanto os portugueses desesperam. Gostam tanto destas medidas que, apesar de não terem legitimidade democrática, num dia de descaramento, foram pressionar Passos Coelho a apoiá-las, e no dia seguinte foram confirmar o seu gosto ao Ministro das Finanças! E o que é espantoso é que ambos os atenderam muito normalmente!
No centenário da República, este foi o quarto murro, não apenas no estômago, mas na alma e nas convicções de qualquer cidadão que crê na Democracia e na inalienável prevalência da Política sobre a Economia; o murro da perplexidade quanto a este tolo modo contemporâneo de entender o governo do povo, pelo povo e para o povo!
Já sabemos que é preciso combater o despesismo, o desperdício, a falta de eficiência associados a tanta coisa que se faz, não para responder a problemas do nosso quotidiano, mas para assegurar benesses e vantagens às clientelas, num oportunismo que é sempre asqueroso. E para isso não é preciso estarmos em momento de crise e de recessão.
Contudo, em vez de se combater em primeiro lugar as cumplicidades e os privilégios, e de dar prioridade a condições objectivas para que se crie riqueza e se distribua bem para evitar a pobreza, o que se faz é aumentar as dificuldades de quem já tem menos, contando que fique satisfeita a ganância dos especuladores e dos banqueiros.
A História de sempre e as histórias recentes demonstram que isto não vai ficar por aqui. O mais certo é confirmar-se a recessão, para logo a seguir virem mais medidas de arrogante dureza para afligir quem já está aflito.
Mas, se o povo paga as aventuras dos banqueiros, então passe o povo a mandar na banca, colocando-a definitivamente ao serviço das pessoas!

Numa cegueira incompreensível, continua a esticar-se a corda, por imposição dos donos do mundo! Embaladas pela ideia perigosa de que os portugueses são gente de brandos costumes, não se vislumbra que a iniquidade, quando começar a ser verdadeiramente insuportável, pode ter consequências incalculáveis.


(publicado pelo autor no Comércio da Póvoa, edição de 2010.10.20)

14 outubro 2010

DESCARAMENTO TOTAL



Banqueiros querem convencer Passos Coelho a aprovar o Orçamento do PS
Diz-se no Diário Económico.

Eles perderam a compostura. É com a maior das latas que agora tentam convencer o outro partido da oposição a aprovar as medidas que vão tramar ainda mais a maioria dos portugueses, arrastando o país para uma recessão com efeitos perniciosos…
Ainda há quem não acredite que as politicas em curso na Europa e em Portugal interessam e são comandadas pelos banqueiros e pelos especuladores, insaciáveis por natureza e que, depois desta onda de medidas que nos roubam a vida, vão acabar por exigir mais apertos daqui a meia dúzia de meses…
Que banquete se preparou na cozinha do PSD, depois de terem provavelmente passado pela cozinha do Governo que fechou o socialismo a sete chaves?
Segundo o Diário Económico, a delegação de banqueiros foi constituída por Ricardo Salgado (Banco Espírito Santo), Faria de Oliveira (Caixa Geral de Depósitos), Carlos Santos Ferreira (Millennium bcp) e Fernando Ulrich (Banco Português de Investimento), que presidem aos maiores bancos portugueses.
Os banqueiros estarão preocupados com a possibilidade de as principais agências internacionais de notação financeira (rating) descerem a classificação atribuída a Portugal, o que dificultaria ainda mais a obtenção de crédito pelo país e também pela banca.
Estão preocupados com o bem-estar dos portugueses? Ou com o negócio?