16 janeiro 2011

ORA, ORA...

Ele espreita e diz que é um homem do povo, que está bem no meio do povo.
Talvez seja isso durante a campanha eleitoral...porque em outras campanhas e com outras companhias vai-se revelando que na palavra que ele utiliza falta a letra no meio!

15 janeiro 2011

CHIÇA! NÃO SOMOS IDIOTAS, SENHOR PROFESSOR



Há uma coisa que me irrita muito: ser tratado como atrasado mental!
O Presidente Cavaco fez tudo para que o PSD e o PS se entendessem num OGE para 2011 que assenta num pressuposto fundamental: o corte de 10% no salário da generalidade dos funcionários públicos.
Depois de aprovado o OGE na Assembleia da República, sabendo o seu conteúdo, o Presidente Cavaco promulgou-o, sem qualquer reserva e sem que admitisse qualquer alternativa!
Um mês depois, o Candidato Cavaco vem colocar-se ao lado dos desgraçados dos funcionários públicos que vão ser espoliados por uma decisão que visa ajudar os especuladores que conduziram a esta crise financeira! E tem até a desfaçatez de dizer que há «alguma injustiça» nos cortes salariais aplicados à Administração Pública, dado que «outros, com muito maiores rendimentos, não foram chamados a dar o seu contributo», branqueando a recusa dos “partidos do arco do poder” em levar adiante propostas no sentido de obrigar a pagar a crise quem tem ganho milhões e pago impostos de tostões!
Quem não se sente não é filho de boa gente!
Como é que se pode confiar na personificação da hipocrisia e do cinismo?
Este Cavaco, que tenta imitar a sisudez de Salazar, diz que não se lembra onde fez a Escritura Pública da casa que possui na Urbanização onde figuras destacadas do BPN também têm casas de férias….Um Cavaco sem memória é preocupante…pode até mesmo esquecer-se de Portugal…
Mas se ele não tem memória, ainda me lembro que foi com ele que começou o maior ataque jamais feito contra a dignidade dos funcionários públicos acusados de inventarem a incompetência e balbúrdia. E lembro-me que, quando era primeiro-ministro, nessa senda persecutória de contornos ideológicos com o intuito de fazer passar a ideia de que, ao contrário, a competência e o rigor estavam apenas no sector privado, ele revelou que tinha um problema com os funcionários públicos: achava que não se deviam reformar porque continuavam a contar para a Caixa Geral de Aposentações, e acrescentou que, por isso, tinha que esperar que morressem. Na altura toda a gente entendeu o seu desbafo como um desejo mal escondido de alguém incapaz!
Tem sido deste feitio a preocupação de Cavaco pelos funcionários públicos!

09 janeiro 2011

"TODOS OS CAVACOS VÃO DAR AO MESMO"




O quinto Cavaco teima esfingicamente no silêncio. Não dá jeito que mais gente perceba o que Defensor de Moura revelou, que ele não é uma virgem. Mas, pelas notícias que vão surgindo, ele afinal beneficiou, e de que maneira, da proximidade a quem devia estar na cadeia pelos crimes cometidos no sistema financeiro e que, além de outras consequências – até no plano da credibilidade do regime e das instituições – está a traduzir-se num prejuízo objectivo e sem fim à vista que magoa o quotidiano de alguns milhões de portugueses!
Recupero um texto de Daniel de Oliveira para aumentar a base de reflexão sobre essa figura que é o verdadeiramente o símbolo mas evidente de tantos anos perdidos. “Ele é a política em tudo o que ela falhou!”



OS CINCO CAVACOS
Sem contar com a sua breve passagem pela pasta das Finanças, conhecemos cinco cavacos. Mas todos os cavacos vão dar ao mesmo.
O primeiro Cavaco foi primeiro-ministro. Esbanjou dinheiro como se não houvesse amanhã. Desperdiçou uma das maiores oportunidades de deste País no século passado. Escolheu e determinou um modelo de desenvolvimento que deixou obra mas não preparou a nossa economia para a produção e a exportação. O Cavaco dos patos bravos e do dinheiro fácil. Dos fundos europeus a desaparecerem e dos cursos de formação fantasmas. O Cavaco do Dias Loureiro e do Oliveira e Costa num governo da Nação. Era também o Cavaco que perante qualquer pergunta complicada escolhia o silêncio do bolo rei. Qualquer debate difícil não estava presente, fosse na televisão, em campanhas, fosse no Parlamento, a governar. Era o Cavaco que perante a contestação de estudantes, trabalhadores, polícias ou utentes da ponte sobre o Tejo respondia com o cassetete. O primeiro Cavaco foi autoritário.
O segundo Cavaco alimentou um tabu: não se sabia se ficava, se partia ou se queria ir para Belém. E não hesitou em deixar o seu partido soçobrar ao seu tabu pessoal. Até só haver Fernando Nogueira para concorrer à sua sucessão e ser humilhado nas urnas. A agenda de Cavaco sempre foi apenas Cavaco. Foi a votos nas presidenciais porque estava plenamente convencido que elas estavam no papo. Perdeu. O País ainda se lembrava bem dos últimos e deprimentes anos do seu governo, recheados de escândalos de corrupção. É que este ambiente de suspeita que vivemos com Sócrates é apenas um remake de um filme que conhecemos. O segundo Cavaco foi egoísta.
O terceiro Cavaco regressou vindo do silêncio. Concorreu de novo às presidenciais. Quase não falou na campanha. Passeou-se sempre protegido dos imprevistos. Porque Cavaco sabe que Cavaco é um bluff. Não tem pensamento político, tem apenas um repertório de frases feitas muito consensuais. Esse Cavaco paira sobre a política, como se a política não fosse o seu ofício de quase sempre. Porque tem nojo da política. Não do pior que ela tem: os amigos nos negócios, as redes de interesses, da demagogia vazia, os truques palacianos. Mas do mais nobre que ela representa: o confronto de ideias, a exposição à critica impiedosa, a coragem de correr riscos, a generosidade de pôr o cargo que ocupa acima dele próprio. Venceu, porque todos estes cavacos representam o nosso atraso. Cavaco é a metáfora viva da periferia cultural, económica e politica que somos na Europa. O terceiro Cavaco é vazio.
O quarto Cavaco foi Presidente. Teve três momentos que escolheu como fundamentais para se dirigir ao País: esse assunto que aquecia tanto a Nação, que era o Estatuto dos Açores; umas escutas que nunca existiram a não ser na sua cabeça sempre cheia de paranóicas perseguições; e a crítica à lei do casamento entre pessoas do mesmo sexo que, apesar de desfazer por palavras, não teve a coragem de vetar. O quarto Cavaco tem a mesma falta de coragem e a mesma ausência de capacidade de distinguir o que é prioritário de todos os outros.
Apesar de gostar de pensar em si próprio como um não político, todo ele é cálculo e todo o cálculo tem ele próprio como centro de interesse. Este foi o Cavaco que tentou passar para a imprensa a acusação de que andaria a ser vigiado pelo governo, coisa que numa democracia normal só poderia acabar numa investigação criminal ou numa acção política exemplar. Era falso, todos sabemos. Mas Cavaco fechou o assunto com uma comunicação ao País surrealista, onde tudo ficou baralhado para nada se perceber. Este foi o Cavaco que achou que não devia estar nas cerimónias fúnebres do único prémio Nobel da literatura porque tinha um velho diferendo com ele. Porque Cavaco nunca percebeu que os cargos que ocupa estão acima dele próprio e não são um assunto privado. Este foi o Cavaco que protegeu, até ao limite do imaginável, o seu velho amigo Dias Loureiro, chegando quase a transformar-se em seu porta-voz. Mais uma vez e como sempre, ele próprio acima da instituição que representa. O quarto Cavaco não é um estadista.
E agora cá está o quinto Cavaco. Quando chegou a crise começou a sua campanha. Como sempre, nunca assumida. Até o anúncio da sua candidatura foi feito por interposta pessoa. Em campanha disfarçada, dá conselhos económicos ao País. Por coincidência, quase todos contrários aos que praticou quando foi o primeiro Cavaco. Finge que modera enquanto se dedica a minar o caminho do líder que o seu próprio partido, crime dos crimes, elegeu à sua revelia. Sobre a crise e as ruínas de um governo no qual ninguém acredita, espera garantir a sua reeleição. Mas o quinto Cavaco, ganhe ou perca, já não se livra de uma coisa: foi o Presidente da República que chegou ao fim do seu primeiro mandato com um dos baixos índices de popularidade da nossa democracia e pode ser um dos que será reeleito com menor margem. O quinto Cavaco não tem chama.
Quando Cavaco chegou ao primeiro governo em que participou eu tinha 11 anos. Quando chegou a primeiro-ministro eu tinha 16. Quando saiu eu já tinha 26. Quando foi eleito Presidente eu tinha 36. Se for reeleito, terei 46 quando ele finalmente abandonar a vida política. Que este homem, que foi o politico profissional com mais tempo no activo para a minha geração, continue a fingir que nada tem a ver com o estado em que estamos e se continue a apresentar com alguém que está acima da politica é coisa que não deixa de me espantar. Ele é a política em tudo que ela falhou. É o símbolo mais evidente de tantos anos perdidos.

02 janeiro 2011

Como confiar em Aníbal?




Faria de Oliveira e Norberto Rosa, actuais administradores da CGD constam da lista da comissão de honra de Cavaco Silva. Mas Cavaco Silva, atrapalhou-se mais uma vez quando ouviu falar nos seus interesses na SLN (que detinha 100% do capital do BPN) e AFOGOU-OS em pleno combate com Manuel Alegre.
É um velho hábito de Cavaco Silva: quando o seu interesse está em causa asfixia os seus apoiantes. Aconteceu no passado com Fernando Nogueira, já tinha sucedido este ano com Manuel a Ferreira Leite.

Como vai responder Cavaco ao pertinente desafio de José Manuel Coelho? Não é preciso esperar: com o silêncio seráfico de sempre!!!