10 junho 2011

WE HOPE WE CAN



Em 13 de Fevereiro de 2010 dizia que era necessário “motivar António José Seguro para representar o PS na liderança do governo de Portugal”.
Escrevia então que “o poder económico não pode dirigir o poder político. É ao contrário que tem que ser. E ao contrário faz-se, desse modo, o que é direito, num estado democrático, cada vez mais necessário e, por isso, mais urgente, recusando as caricaturas que dele vem fazendo oportunistamente o bloco central de interesses, levando Portugal e a nossa vida para um pântano que vai generalizando a angústia e promete o desespero”.
Contra esse “bloco central de interesses” que toma conta do país há quase trinta anos, feito de gente empoleirada em cima do muro, contra o esquecimento da génese socialista do PS e tendo caído definitivamente a máscara a José Sócrates e à sua guarda pretoriana, na sequência de inúmeras peripécias que levou o país a perder-lhe o respeito, disse então que não lhe restava alternativa senão sair, levando com ele os que, unha e carne, o ajudaram nessa trapalhada.
Em 13 de Fevereiro de 2010, cheguei a dizer que se não fosse capaz de o fazer por iniciativa própria – como se previa – era preciso que alguém com autoridade moral dentro do PS se lhe dirigisse como fez Kissinger com Nixon no caso Watergate e lhe dissesse: Meu caro José, chega! É tempo de ir embora!
A questão não era apenas política, mas também ética. Mas, tudo ficou na mesma até à derrota eleitoral do passado domingo.
Nesse texto defendi que há, felizmente, no PS muita e boa gente capaz de nos ajudar a recuperar a credibilidade da política e das instituições democráticas. Gente progressista de esquerda capaz de devolver ao PS a ideologia, acabando com esta coisa irreconhecível, para apontar políticas a sério indutoras do desenvolvimento de Portugal, com justiça e coesão social.
Nessa altura, pensava em pessoas como Maria de Belém e Ferro Rodrigues, por exemplo. Mas reconhecia que tinha muita “consistência a ideia de que António José Seguro, pelo seu pensamento, pela postura e pelas atitudes que tem tomado, tem as condições pessoais e políticas para substituir o actual primeiro-ministro e liderar a construção de uma solução válida para a crise de valores que se vive!”

Depois de Sócrates e da derrota eleitoral do PS, num tempo que será protagonizada por figuras que no PSD representam o mais perigoso radicalismo ideológico de direita desde o 25 de Abril, António José Seguro é finalmente candidato à liderança do Partido Socialista.
No essencial propõe-se recolocar o PS à esquerda da indiferença, recuperando os valores da ética republica e do socialismo democrático, e com essas cores provocar um profundo debate sobre o projecto Europeu retomando a construção de uma Europa amiga do Desenvolvimento e da Solidariedade. Com as mesmas cores, propõe-se criar uma nova dinâmica que leve Portugal a sair do atoleiro em que se encontra, valorizando um contrato social assente nos valores do Humanismo.

Por entre os perigos do tempo que aí vem, precisamos de fazer renascer a esperança, na firmeza da luta urgente pelo bem comum!