11 janeiro 2009

RIR?


Vila do Conde perdeu o título de cidade mais limpa do país, distinção atribuída pela Agência Portuguesa do Ambiente (APA) e pela Associação Portuguesa de Engenharia Sanitária e Ambiental (APESB).
Em 2005 o concurso não se realizou. Em 1999, 2001 e 2003 Vila do Conde foi considerada a cidade mais limpa de Portugal.
Em 2008 perdeu o título, não por estar mais suja, mas porque a autarquia gasta pouco em limpeza e os munícipes pagam pouco pelo serviço.
O júri concluiu que a cidade obteve a cotação máxima nos indicadores relativos ao serviço propriamente dito. O erro de Vila do Conde foi fazer bem com pouco. Para ser melhor classificada o gasto do município com a limpeza teria que atingir 2% do Orçamento da Autarquia e apenas se ficou por 1,5%. Além disso, o júri considerou que o preço cobrado pela autarquia era insuficiente para cobrir os custos dos serviços prestados.
O que importa é que a cidade esteja limpa. E se a autarquia o faz com menos recursos e sem sobrecarregar os cidadãos, tanto melhor!
Num tempo em que por toda a parte se clama contra a má gestão dos recursos, é espantoso que, reconhecida a higiene local em Vila do Conde haja quem veja vantagem em gastar mais. É ridículo concluir-se que se autarquia vilacondense tivesse gasto mais dinheiro com a limpeza urbana e cobrasse mais aos munícipes, provavelmente voltaria a ganhar o prémio.
Vila do Conde perdeu para a Póvoa de Varzim.
Como poveiro gostei de ver a minha cidade ganhar o galardão, por ter melhorado a limpeza das ruas a poente do paralelo 13, embora não tanto quanto seria desejável. Mas, o contentamento é breve quando, ao contrário de Vila do Conde, por cá se gasta mais para fazer menos e nos obrigam a pagar uma inexplicável tarifa de salubridade que nos delapida o erário familiar.

POST SCRIPUTUM
Na marginal, à saída da Póvoa, que é entrada de Vila do Conde, a Câmara formidável do formidável Vieira colocou um outdoor propagandeando o feito!
É uma pequena maldade escusada, que diz tudo de quem o mandou fazer!

7 Comments:

Anonymous Anónimo said...

a mentira nunca seráverdade..por mais dourada...

12 janeiro, 2009 01:31  
Blogger Manuel CD Figueiredo said...

Só pode acontecer no nosso país, cada vez mais ridículo: um júri(?!) ridículo, e ridículo é quem aceita o prémio(?!) por tais razões!

12 janeiro, 2009 12:59  
Anonymous Anónimo said...

De facto é de rir com a existência de tal critério. Custa a crer que tenha sido esse o critério, ou seja a percentagem da despesa realizada. Dessa forma premeia-se o desperdício.
Não vejo nada de mais na publicitação do prémio recebido, mas desconfio deste tipo de concursos.

12 janeiro, 2009 18:43  
Blogger Peliteiro said...

Como pode obter uma cidade o título de mais limpa quando lança grande parte dos seus esgotos no mar?

13 janeiro, 2009 02:13  
Blogger sentidos de coimbra said...

Ele há coisas...

13 janeiro, 2009 22:45  
Blogger José Leite said...

Isto a ser verdade, custa a acreditar, só atesta o grau de imbecilidade (passe o grande eufemismo...) de quem avalia segundo parâmetros idiotas!

Limpemn as mãos à parede senhores avaliadores!

16 janeiro, 2009 12:19  
Anonymous Anónimo said...

Lancem um novo prémio:
Cidade banhada pelo mar mais limpo.

04 março, 2009 14:46  

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