03 janeiro 2009

RESPOSTA DE CARAS A UM TOUREIRO EM CERNELHA

D.Palha
Em 17 de Março de 2008, apresentei à Câmara Municipal da Póvoa de Varzim uma Moção para que a Póvoa de Varzim fizesse uma declaração pioneira em Portugal como Cidade Anti-Touradas.
A propósito da democracia dos comportamentos, um dos ataques mais ignóbeis contra a minha iniciativa partiu de Diogo Palha, publicado na folha electrónica da Tauromania, uma organização cuja vocação é promover o espectáculo taurino.
Respondi-lhe, desmontando as calúnias que então me fez. Mas, até hoje, o “democrata” D.Palha não teve a dignidade de publicar no mesmo espaço o escarecimento a que teria direito se estivéssemos num país a sério.
Diogo Palha é um dos sócios da Tauromania, Lda.. Exerce a sua actividade profissional como gerente das empresas PTX-Promotextil e 1001T-shirts, Lda., estudou Economia no Instituto Superior de Economia e Gestão e é especializado em Marketing pela Universidade Católica Portuguesa. É elemento do Grupo de Forcados Amadores de Santarém desde 2002, tendo antes pegado no Grupo de Vila Franca entre 1994 e 2001. Foi um dos fundadores da Associação Nacional de Grupo de Forcados e vice-presidente da sua primeira Direcção.

Ao fim de uma espera de mais de meio ano, aqui fica a resposta de caras ao toureiro em cernelha que a não publicou.

1. Em artigo de opinião, Diogo Palha, visivelmente enervado, roçando o insulto pessoal, fez comentários injustos e absurdos à iniciativa política que, enquanto Vereador da Câmara Municipal da Póvoa de Varzim, levei a cabo no passado dia 17 de Março.
Revelando um profundo desconhecimento sobre a génese da referida iniciativa e o seu conteúdo, não se coibiu de fazer insinuações graves, pondo em causa a minha honestidade intelectual e atentando contra a minha dignidade como cidadão.
Cabe assim, esclarecer os leitores.

2. Não há Democracia sem Liberdade e sem pluralismo nas convicções. Nesse sentido, no uso de argumentos fundamentados e não de ruído, ao direito inalienável de todos os que pretendem defender as actividades taurinas, há-de corresponder igual direito de cidadania àqueles que, por outras razões, entendem que tais actividades devem ser extintas. É do confronto saudável de ambas as convicções que o mundo pode avançar.
Ora, usando os mecanismos normais em Democracia, levei a debate uma Moção. Ela foi votada democraticamente e recusada pela maioria PSD. Aceitei o facto com serenidade e não desatei a insultar os outros. Estou certo de que outras manhãs virão…
Não se compreende, pois, onde está a falta de respeito pelo Estado de Direito democratico!
Pelo contrário, é D. Palha quem exprime tiques ditatoriais, ao não admitir a diferença de opiniões e o direito dos diferentes de lutarem pelas causas em que acreditam.

3. D.Palha, que se afirma sócio de uma empresa ligada à Tauromaquia, terá interesses no sector.
A paginas tantas, julgando os outros à sua medida e não percebendo que, para além disso, há quem aja apenas por valores éticos e por princípios, tem a desfaçatez de insinuar a existência de cumplicidade entre a minha iniciativa e uma alegada “proposta de uns senhores alemães para fazerem um empreendimento no local onde está a Monumental Praça de Toiros da Povoa do Varzim”.
De facto, a Associação Animal referiu publicamente essa possibilidade. Mas, pela minha parte desconheço quem são esses senhores, o que querem e porque o querem!
Se D.Palha tivesse o cuidado de ler a Moção a Favor da Declaração Municipal Oficial e Simbólica da Póvoa de Varzim como Cidade Anti-Touradas, veria que a minha proposta para a Praça de Touros nada tem nada a ver com isso!
Na verdade, o que proponho, no âmbito de um protocolo a estabelecer entre a Autarquia e a comunidade escolar local, é que este edifício possa ser transformado numa PRAÇA DO ENGENHO E ARTE, integrando um centro de interpretação ambiental, clubes de investigação (Matemática, Física e Química, Energias Alternativas…), espaços de produção de artes plásticas, oficinas de artes do espectáculo e de criação literária (dando continuidade às Correntes de Escrita), a realização de espectáculos e eventos ao ar livre, uma loja de Comércio Justo para promoção de Artigos da Terra (valorizando os produtos hortícolas locais e promovendo uma feira semanal de produtos de agricultura biológica) e um restaurante de cozinha mediterrânica, podendo a sua gestão vir a ser realizada por jovens universitários com apoio técnico do Município.

4. Por convicção humanista, recuso a visão antropocêntrica da vida que, não raramente, degenera no desrespeito pela Natureza e pelos outros seres vivos. O uso de animais em espectáculos e eventos públicos de carácter meramente lúdico, para gáudio de multidões eufóricas, resulta num acto gratuito e abusivo que em nada contribui para a dignificação da pessoa. A violência exercida sobre os animais é uma atitude retrógrada que, ao fingir ignorar-lhes a possibilidade da dor, não se coíbe de a provocar por puro divertimento.
Vivemos o tempo de um novo desiderato! A História corre a favor da ideia de que partilhamos a terra com outros seres vivos que urge respeitar.
A Moção que apresentei - na linha directa da Declaração Universal dos Direitos dos Animais, proclamada pela ONU – Organização das Nações Unidas – não foi ainda compreendida.
Mas, apenas se atrasou o Futuro.
Mais cedo ou mais tarde, tal como em cerca de três dezenas de cidades de Espanha – a pátria da faena - a Póvoa de Varzim e Portugal, serão lugares onde se respeitam os animais.
Então, cumprir-se-á o Homem!

5. Por fim, deixo à consideração de todos o pensamento do Prof. Dr. Vera Cruz, da Universidade de Direito de Lisboa: “Por princípio de Direito Natural fixado a pensar no homem, não devemos sacrificar qualquer forma de vida como modo de divertimento e só para isso, mesmo que quem mata se considere um artista e a encenação da morte corresponda a uma forma de arte ou à expressão de uma tradição popular. Numa comunidade o Direito impõe escolhas onde o consenso não é possível. No conflito entre uma tradição local e a ordem pública geral prevalece a segunda sobre a primeira.”


20 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Eu sempre defendi que só vai às TOURADAS, quem gostar da trampa dos TOUROS.Registo com muita satisfação e grande alegria a atitude do Presidente da Autarquia de Viana do Castelo, em acabar para sempre com aqueles tristes e sangrentos espectáculos.VIVAS AO SENHOR PRESIDENTE DA AUTARQUIA DE VIANA DO CASTELO.

03 janeiro, 2009 23:23  
Anonymous Anónimo said...

Afinal jjgarcia foi eleito e representava na CM da Póvoa o PS ou representava-se a si mesmo???
É que eu votei nele mas pensando que estava a votar no programa do PS e no seu porta voz na Câmara.

Que eu saiba o PS não o mandatou para fazer tal proposta em reunião de câmara, mais, o PS seguramente não tem nada contra as touradas (Fernando Gomes foi testemunha disso quando foi ministro do interior) e se jjgarcia apresentou tal proposta em reunão de câmara fê-lo à revelia das instruções do partido o que configura abuso de confiança o que é grave tendo em conta que ocupou um cargo de representação politica.

Eu, pessoalmente, sinto-me traido por tal comportamento politico pois não me revejo nesta proposta, apesar de não ser grande aficionado de touradas, contudo se antes das eleições tivesse conhecimento que um vereador eleito com o meu voto iria apresentar tal proposta pois pura e simplesmente não levava o meu voto, neste sentido considero-me traído e enganado por jjgarcia o que acho lamentável.

Pessoalmente pode ser anti o que quizer, mas quando se representa outros é importante saber quais são os seus limites

E mais lamentável ainda, é vir-se aqui pavonear de tal comportamento, tenho pena que JJGarcia não tenha noção da figura triste em que se coloca a si e ao PS. Assim não levam mais o meu voto.

04 janeiro, 2009 01:01  
Anonymous Anónimo said...

Neste momento tanto me faz que a Póvoa tenha ou não touradas visto que a única coisa que gosto de ver nelas é os forcados e não vejo que mal façam aos toiros antes pelo contrário os forcados sofrem mais na certa. Mas para se fazer uma tourada não chega só um ou dois grupos de forcados por isso proponho, metam lá a classe politica e uns poveiros que queiram enfrenta-los sem necessidade de porrada, uma praça pública onde qualquer cidadão possa fazer perguntas cara à cara com quem nos governa e onde todos os outros cidadãos poveiros possam assistir às perguntas e respostas, nem que fosse só duas vezes por ano. Eu teria uma pergunta a fazer: É MESMO NECESSÁRIO A CAMARA MUNICIPAL PEDIR ESTE EMPRÉSTIMO EM ANO DE ELEIÇÕES HIPOTECANDO O FUTURO DOS POVEIROS?
Cumprimentos
Almeida Santos

04 janeiro, 2009 14:46  
Blogger CÁ 70 said...

Sr. Anónimo

Se é verdade que votou em mim e no PS nas eleições autárquicas de 2008, e o fez convictamente, agradeço o voto. De outro modo, desculpe-me a franqueza, era melhor que não o tivesse feito.

Seja como for, lamento que não conheça o que diz o Programa Eleitoral “Estamos Preparados”, então apresentado por mim e pelo Partido Socialista aos poveiros e que define um projecto colectivo para a Póvoa, com causas claras, princípios e valores e medidas concretas.

Se tiver a coragem de quem assume o que diz, revelanado a sua identidade, e se me der a sua morada, enviar-lhe-ei um exemplar desse livrinho azul.

Poderá folheá-lo e compreender melhor o suporte ideológico e filosófico que, passando além da mera visão partidária, liga todos os temas aí tratados. Com coerência e com rigor.

Na página 13, no capítulo intitulado “Um modelo de desenvolvimento sustentável”, no parágrafo oitavo diz-se:
“ A Comunidade tem por suporte de base o território, que é constituído por terra, água e ar. É preciso preservar esse território e cuidar do bem-estar das pessoas que o habitam. Mas, as preocupações com as pessoas não podem fazer esquecer os outros seres vivos com quem partilhamos a Terra, pelo que desenvolveremos acções e programas de protecção dos animais.”

Diga-me, agora, qual foi a traição que eu fiz ao Programa Eleitoral e ao PS, quando prpopus, como Vereador eleito democraticamente, com este compromisso no leque das nossas preocupações, que a Câmara da Póvoa deixasse de gastar o dinheiro dos poveiros para suportar garraiadas e touradas e declarasse oficialmente a Póvoa como Cidade Anti-Touradas?

De qualquer modo, onde está a legitimidade de se exigir que cada um de nós automutile a sua consciência, varra do seu intimo as suas convicções pessoais e se traia a si próprio, no exercício dos cargos públicos que circunstancialmente ocupa?

De facto, a verdadeira traição é o exagero na superficialidade e a desonestidade intelectual. Sabe porquê? Porque é uma traição a si próprio e, pior do que isso, à Humanidade!

J.J.Silva Garcia

04 janeiro, 2009 19:16  
Anonymous Anónimo said...

Tenho cada vez mais vergonha deste país.

Como vereador não tinha problemas mais graves para resolver nessa sua terra ?

Essa proposta como já referi é uma falta de respeito por milhares de pessoas ! E por milhares de antepassados que sempre apreciaram corridas de toiros !

Será que os milhões de pessoas deste país e não só, que apreciam corridas de toiros serão todos insensíveis e bárbaros ?

O Sr. Garcia acha-se o guardião da civilização ? Quem é o senhor para pôr em causa gostos e hábitos de milhares de pessoas ? Sabe que há milhares de idosos neste país, incluindo na Póvoa que todos os anos colocam de parte das reformas, umas economias para poderem assistir ao espectáculo que apreciam ?

04 janeiro, 2009 20:09  
Anonymous Anónimo said...

Francisco
Já vi que não há argumento que sirva a quem é impermeável à lucidez!
Você não tem vergonha das acusações que faz e das conclusões que tira?
Se eu fosse o autor deste blogue não publicava mais os seus disparates quase pornográficos.

Nazaré

04 janeiro, 2009 21:03  
Anonymous Anónimo said...

Nazaré : Esse seu comentário aplica-se essencialmente a muitos outros e não propriamente ao meu, se ler tudo com atenção.

Além disso, realmente os argumentos que têm sido aqui escritos contra as touradas, não servem. São totalmente desprovidos de lucidez e conhecimentos. E a prova é realmente esse triste e ignóbil comentário de que me acusa de proferir "disparates quase pornográficos".

04 janeiro, 2009 21:28  
Anonymous Anónimo said...

«Desenvolveremos acções e programas de protecção dos animais.»

Que princípio vago, dá para tudo, os partidos quando se apresentam a eleições têm esta mania, defendem-se de tudo sem se comprometerem com nada, então o PS nesta matéria é mestre.

Claro que quem vota gosta de votar em propostas concretas, em coisas claras, mas raramente os politicos alinham em coisas objectivas e pragmaticas que isso retira votos, ou será que duvída de que se no seu programa eleitoral tivesse objectivamente proposto a conversão do edificio da tourada da Póvoa em outra coisa qualquer que não a exibição de espectáculos de corridas de touros isso significava perda automática dum numero significativo de votos???

Pois não duvide, perdia o meu e mais um número seguramente elevado de votos corespondentes aos muitos eleitores conscientes que, mesmo sendo indiferentes às touradas, entendem que estas são uma mais valia numa terra centrada em actividades que dependem do turismo.

Mas centremos a questão no seu ámago, a existência deste princípio no programa do PS Póvoa nas eleições de 2005 - corrigindo o ano em que decorreram essas eleições - não lhe dava o direito de, sem prévia aprovação da assembleia ou direcção politica concelhia do PS, apresentar proposta tão significativa para o turismo poveiro.

Não acredito que a direcção politica ou a assembleia geral do PS Póvoa alinhassem em ideia tão ingénua e absurda, como é militante do partido porque não tenta internamente obter esse anuimento???...Experimente!

04 janeiro, 2009 23:04  
Anonymous Anónimo said...

Ó JJ Garcia, não perca tempo com imbecis...que, ainda por cima querem dar a entender que conhecem bem o acontece no interior do PS!!!

Então é vago dizer "desenvolveremos acções e programas de protecção dos animais" ?

Não é vago, é apenas genérico, como deve ser qualquer objectivo que pode ser concretizado de multiplas maneiras.

Mas É CONCRETO fazê-lo lutando contra uma das actividades que inequívocamente atenta contra os animais, como é o caso das touradas. E essa luta está a coberto da Declaração Mundial de Defesa dos Animais aprovada pelas Nações Unidas.

Dá vontade de dizer que, essa Declaração também protege os animais racionais, mesmo os idiotas que continuam a disparatar!!!

J.M.M. Costa

05 janeiro, 2009 12:02  
Blogger José Leite said...

Meu caro Garcia, você está um pouco à frente no tempo e daí o desfasamento face ao pensamento dominante. Estou consigo. Também já fui vítima por contestar hábitos e tradições viradas para o protagonismo de algumns idiotas.

Pegar de caras este problema, nesta época, é corajoso mas não colhe dividendos políticos.


Olhe para Galilei Galilei e pense que também ele, com aquele pensar inovador, vanguardista, foi uma agulha num palheiro de idiotas!...


A Póvoa, infelizmente, em termos de mentalidade, ainda não emergiu para a inovação, para o vanguardismo, e, tem na cúpula, cada «rabojador» idiota que usa «palha» como «alimento»...

Ainda bem que sou apreciador de finos!...

05 janeiro, 2009 19:45  
Anonymous Anónimo said...

O insulto em qualquer circustância define a personalidade e educação de quem a ele recorre, quando é utilizado como último argumento, porque já não existem outros válidos, evidência a mesquinhês dos vencidos.

Não tenho resposta para tal, nem quero ter, a matreirice do recurso ao anonimáto com assinatura fictícia, quando a linguagem baixa o nivel só engana os estúpidos, felizmente não estou nesse grupo.

É facil acusar alguém de ditador e prepotente, mais dificil é provar que em idênticas circunstâncias o acusador não seria igual ou ainda pior.

Infelizmente, nestes pequenos grupos de gente inconsciente, porque quase sempre jovem, que se didicam de corpo e alma a causas que estão longe de serem aceites pela maioria, quando os argumentos faltam baixam logo o nível revelando a sua intolerãncia e a consequente necessidade de vingança através do insulto.

06 janeiro, 2009 12:27  
Anonymous Anónimo said...

Meu caro JJGarcia,
Apesar de ser residente na Póvoa e de sentir vergonha cada vez que passo em frente aquele local de tortura, não tenho o prazer de o conhecer.
Já enviei algumas cartas ao (aficionado) Presidente da Cãmara manifestando o meu desagrado plo triste espectáculo que a nossa cidade ajuda a promover em pleno século XI. Ass suas respostas não me convencem de todo.
Gostei do seu blog e apesar de nunca ter sido simpatizante do seu partido, não me choca votar em si no futuro. Não sou como o "talibã" que diz ter votado em si e agora considera-se traído. Pobre diabo, só mesmo as touradas para o preencher!
Com toda a sinceridade, admiro e respeito o seu senso democrático, mas acredito que estejam a ser distribuídas pérolas a porcos. De minha parte, os meus parabéns e conte comigo!
ASousa - Póvoa de Varzim

06 janeiro, 2009 14:49  
Anonymous Anónimo said...

Eu, que já não sou nada jovem, mas que desde muito jovem sou contra as touradas e toda a espécie de crueldade perpetuada contra toda a espécie de seres vivos, venho apoiar essa alegada "minoria" que ousa exercer o seu direito à opinião e lembrar que as tradições, quando revestidas de qualquer tipo de crueldade,acabam, tarde ou cedo, por ser relegadas para o espaço das tristes memórias do passado... e tudo, sempre tudo começou com essas pequenas minorias. Curioso, não?
Um abraço, meu amigo do CÁ 70!
Maria João Brito de Sousa

06 janeiro, 2009 17:16  
Anonymous Anónimo said...

Pelo que sei, nós, os humanos, diferenciamo-nos dos restantes animais porque usamos a razão. Somos, por isso considerados racionais. Será que alguém, intelectualmente honesto, poderá defender as touradas, as lutas de galos, as lutas de cães etc. com recurso único á racionalidade? Não encontro qualquer argumento. Como já fui a touradas, apelo a quem o possa dar, para que a minha consciência não esteja tão aflita.
Como em muitas coisas na vida e á semelhança de muitos portugueses, talvez a maioria, a caravana passa e eu vou assistindo. Ainda bem que existem pessoas que têm causas e batem-se por elas. O que seria deste mundo se tal não existisse. Talvez um cemitério e o seu coveiro. Mas essa de colocar a questão das touradas á frente de outras propostas apresentadas pelo PS Póvoa, só o posso entender de quem possa estar a viver á custa das ditas ou quem, sibilinamente, quer encontrar pretexto para atacar politicamente o autor do Blogue. Quem será ? Um anónimo, diz ele.

06 janeiro, 2009 18:00  
Blogger cristina said...

JJGarcia, este é o desafio que enfrenta quem entra para a política porque entende que pode servir a causa pública e desejo-lhe o maior sucesso no seu percurso. Infelizmente, a maior parte dos seus colegas inscreve-se num partido político como quem se candidata a caixa de supermercado: de preferência uma grande superfície, não muito longe de casa, donde tire o seu ordenadozinho ao fim do mês e onde possa aspirar a uma razoável progressão na carreira; entra-se por baixo, aplica-se em muitos fretes para ser notado pelo chefe e, com sorte, chega-se ao hemiciclo para garantir a reforma, o reconhecimento e o respeito da vizinhança de origem e pode ser que se venha a ser convidado a elencar algum ministério. Este é o quadro geral, que leva inevitavelmente à mediocridade dos protagonistas da cena política.
Espero continuar a vê-lo a defender aqueles que não têm voz e a acreditar que pode melhorar a sua cidade, o seu país.
Um dos grandes trunfos da democracia é permitir a pluralidade das opiniões e é pela força dos argumentos que as novas ideias se instalam. É por demais evidente que as novas formas de pensar a sociedade, de revermos os códigos éticos pelo quais nos regemos são sempre resultado da lucidez e do empenhamento de minorias. As maiorias, afogadas no marasmo das suas certezas absolutas, só servem para votar quando são chamadas a isso; hoje verde, amanhã azul, consoante as suas necessidades da altura e o "feeling" do momento. O resto do tempo é passado a ler a Bola, a ver uma ou outra telenovela e a dizer mal de tudo. Tomar inciativas de carácter social? Pensar modelos alternativos? Utilizar o raciocínio para separar a ideologia da demagogia? Nã, isso dá muito trabalho e é perigoso. Outros que façam esse trabalho e nós depois cá estamos para lhes dar com a marreta.
Eu por mim, enquanto cidadã, agradeço que continue a lutar pelos seus ideiais, mesmo sabendo que, não só não colhe dividendos políticos, como ainda pode perder os que tem.
Mas já percebi que o populismo não é o seu caminho, por isso acredito que, para cada mensagem torpe de anónimos que recebe neste blog, haverá um grupo de munícipes que está atento à argumentação, embora não exprima.
Obrigada, em nome dos explorados.

07 janeiro, 2009 11:43  
Anonymous Anónimo said...

Bom texto Sr. Arquitecto!

07 janeiro, 2009 12:03  
Anonymous Anónimo said...

Mais dia menos dia ainda surgirá o Grupo de Forcados Amadores da Póvoa de Varzim...

07 janeiro, 2009 18:38  
Anonymous Anónimo said...

Já existiu um Grupo de Forcados Amadores da Póvoa de Varzim. Penso que por volta de 1966. Vivia-se em ditadura,e tanto quanto sei, não precisaram de ter a benção, nem da Câmara, nem do governo. Foi de curta duração, mas nunca foram anti-nada.

12 janeiro, 2009 02:42  
Anonymous Anónimo said...

O grande pensador Bernard Shaw disse um dia: "quando te sentires ao lado da multidão é tempo de pensares e reflectires"...
David Leite Viana

18 fevereiro, 2009 21:57  
Anonymous Anónimo said...

...please where can I buy a unicorn?

24 novembro, 2009 22:45  

Enviar um comentário

<< Home