19 outubro 2008

O CRUZAMENTO DAS TORMENTAS E O PARQUE DA BOA ESPERANÇA I

Este foi durante dezenas de anos o cenário da Avenida, agora com roupagem de breu, autoestrada esganada.
Tal como tantas criaturas que se meteram nesta cidade, o Rui atravessava com crescente e redobrado receio o Cruzamento das Tormentas, ali ao pé do Mercado, onde a Mouzinho (via estruturante do PU) corta a EN 13. Durante muitos meses, o Rui andou encolhido, tristonho, pela probabilidade de, num dia qualquer, ser um dos protagonistas dos choques que se repetem diante da irresponsável indiferença dos que mantêm o pensamento amarelo e intermitente!
Na semana passada, o Rui apareceu-me descontraído e com uma alegria especial estampada no rosto. Tinha descoberto que, sempre vinha da marginal, podia entrar no parque e percorrer o subterrâneo até ao Hospital, rapidamente, sem filas de trânsito e sem se sujeitar ao Cruzamento das Tormentas. Por cerca de trinta cêntimos, para o Rui, o parque dos Monte com a aprovação do Vieira e dos seus satélites no poder, passou a ser da Boa Esperança!
Cá está uma utilidade que nunca me passou pela cabeça! Mas, terá passado pela cabeça dos brilhantes inventores deste equipamento que atrasa um modelo de cidade inspirado pelo conceito de desenvolvimento sustentável? Porque mantiveram em estranho segredo esta funcionalidade tão útil à segurança na estrada?