19 maio 2008

SUÁSTICA NA ALMA



Aires Pereira e os paus mandados não precisam de camisas castanhas nem de suásticas ao peito, porque elas estão-lhes na alma!

1.
Não são precisos estudos profundos para compreender a razão do progressivo e crescente afastamento dos jovens e dos portugueses em geral da política, aqui escrita com minúscula propositadamente.
Bastaria ao Presidente da República descer ao terreno e frequentar sítios como a Praça do Almada…

2.
Saio por náusea e como PROTESTO contra um estado de coisas inaceitável.“ Escolhi a última linha da
Declaração Política de 17 de Março para o dizer.
Hoje, confirmando um intolerável acto de censura, Aires Pereira e os seus sequazes, numa arrogância desmedida, deram novo alento aos motivos do nojo.
Aires Pereira, “(…) o único Vereador da Câmara Municipal da Póvoa de Varzim que, desde o 25 de Abril, foi acusado do crime de abuso de poder, cometido no exercício das suas funções, e que veio a ser condenado no Tribunal da Comarca da Póvoa de Varzim, continua a sentar-se a esta mesa, despudoradamente.
O mesmo que, sendo o único, e apesar do significado ético e político de tal facto, continua a ter a confiança do Presidente da Câmara e dos seus pares, a exercer as mesmas funções de Vice-Presidente e a dispor do mesmo poder delegado de que dispunha quando cometeu os factos de que foi acusado e condenado em primeira instância.
O único Vereador que, não obstante tais factos, continua a merecer a confiança do Partido que o propôs.
O único Vereador que, apesar do “Caso Dourado”, continua a receber os sorrisos e as facilidades mediáticas de uma certa comunicação social local, incapaz de ter perante estes casos uma atitude eticamente crítica.
O único Vereador que, apesar do prejuízo de credibilidade causado ao Poder Local, tem o atrevimento intelectual de comparar um crime de abuso de poder a uma simples infracção de trânsito!
(…) … esse mesmo, e as figurinhas tristes que o emolduravam de forma cítrica, voltaram a revelar-se, hoje, às seis e meia da tarde.
Não há Democracia sem educação e convicções democráticas, e estas silhuetas tenebrosas não têm esses atributos.
Aires Pereira e os paus mandados não precisam de camisas castanhas nem de suásticas ao peito, porque elas estão-lhes na alma!

2.
Aqui fica a história.
Na última reunião de Câmara em que participei, realizada em 17 de Março de 2008 no Salão Nobre dos Paços do Concelho, li uma Declaração Politica pela qual fiz uma profunda análise da circunstância e revelei os motivos da minha renuncia ao cargo autárquico para que fora eleito democraticamente em 9 de Outubro de 2005.
Como de costume, entreguei cópia do documento ao Presidente em exercício e enviei atempadamente ao responsável pelo secretariado (Dr.J.Caimoto) o correspondente registo informático, para que o seu conteúdo fizesse parte do corpo da Acta de Reunião.
Volvidas algumas semanas, em consulta ao sítio da Câmara Municipal da Póvoa de Varzim na Internet, verifiquei que, nessa Acta (Ponto 13), apenas se faz referência à apresentação de “uma Declaração Política que se anexa à presente acta e dela fica a fazer parte integrante.”, não constando nela o conteúdo da declaração, que terá sido arquivado como anexo.
Esta acção não se coaduna com a prática do Executivo ao longo dos últimos dois anos e meio. De facto, durante esse tempo, todas as Declarações dos membros da maioria PSD e da oposição socialista foram integralmente reproduzidas no corpo principal das Actas das Reuniões de Câmara.
Curiosamente, nesta Acta é feita a reprodução na íntegra das declarações apresentadas pelos vereadores do PSD, apesar de não terem sido lidas durante a referida reunião mas apresentadas a posteriori. Na mesma Acta, também se reproduz na íntegra das propostas apresentadas pelos Vereadores Socialistas na mesma reunião. Só a minha Declaração não é reproduzida, sendo remetida para anexo à Acta, retirando-lhe a visibilidade., como convinha por lhes ser insuportável divulgar o que aí digo.
Ao contrário do que vem acontecendo com dezenas de documentos semelhantes, o facto não estar reproduzida no texto da Acta, dificulta o acesso dos Poveiros ao seu conteúdo.
Inexplicavelmente, o tratamento dado à minha Declaração Política é de manifesta excepção!

3.
Hoje, assumindo os meus direitos de cidadania, pedi a palavra no período da Reunião do Executivo municipal destinado ao público. Enfrentei-os, olhos nos olhos, e quis saber a razão pela qual a minha Declaração não constava do corpo principal da Acta da Reunião de 17 de Março.
À parte a incoerência, a perversidade de uma descrição que falseia o que aconteceu na reunião de 17 de Março, o descarado Aires Pereira teve a petulância de dizer que, na decisão de subtrair a Declaração do corpo principal da Acta não existe nenhum critério! Que eles - a Maioria PSD – decide o que tem importância e o que não tem para integrar o corpo da Acta e ponto final. Caso arrumado. Decisão irreversível!

Enfrentei-os, olhos nos olhos… Admiti que pudesse ter sido uma distracção e pedi que fosse corrigido a irregularidade. Mas, sem o menor pingo de educação, cobardemente fugindo, Aires Pereira, perseguido por vários pares de sapatos de verniz estalado, encerrou abruptamente a reunião e cortou-me a palavra enquanto deixava um rasto de tirania!
A única diferença entre este estado de coisas e o que se passava durante o obscurantismo salazarento, é que, cá fora (ainda) não estavam os brutamontes à paisana para me entregar aos calabouços tenebrosos da António Maria Cardoso!
Mas, caros amigos, o perigo reside justamente na aparência democrática dos tempos que correm. Um tempo que esconde sorrateiramente os tiques da tirania!

6 Comments:

Blogger tony vieira said...

Sabe porquê que ele estava zangado arquitecto?
Porque eu vi-o no Algarve a conduzir o Porsche 911.
Só que há 2 anos ele disse que era de um amigo, mas agora ficou sem palavras.
Porsche 911.
Dá ser vereador.

20 maio, 2008 09:44  
Anonymous Anónimo said...

"Enfrentei-os, olhos nos olhos… Admiti que pudesse ter sido uma distracção e pedi que fosse corrigido a irregularidade. Mas, sem o menor pingo de educação, cobardemente fugindo, Aires Pereira, perseguido por vários pares de sapatos de verniz estalado, encerrou abruptamente a reunião e cortou-me a palavra enquanto crescia deixava um rasto de tirania!"

A cobardia sempre foi a arma dos fracos, mas pior que um cobarde são muitos cobardes, que é o que nós temos na nossa cidade, caso contrário não permitiriamos que homens como este e outros que lá estão nos fizessem de parvos.
Onde é que está aquela raça e fibra de "treta" que "dizem" ser uma caracteristica dos poveiros? É inacreditável como se pode pactuar com situações destas, é vergonhoso ver os cobardes a "bater nas costas" do outro cobarde, pois quando for preciso ele também é cobarde com os outros cobardes.

Admiro uma pessoa como o Sr. que os enfrenta como um verdadeiro poveiro, pois está á vontade para isso como pessoa integra que é.
Bem Haja.


A. Silva

20 maio, 2008 12:29  
Anonymous Anónimo said...

Sei que é chatpo o k vou dezer mas é pura verdade: eles não estão sós. Quem os apoia, mesmo sem fazer grandes ondas também é responsável. É ver os padres, alguns jornalistas (Queiros, Azevedo, e Tantos outros sempre a criticar quem aponta o dedo ao que está mal), até professores com cargos de direcção sempre a lamber as botas ao diamantino. At´+e mete nojo. Ai que kem disser aml deles.

21 maio, 2008 10:01  
Blogger José Leite said...

Meu caro Arquitecto!

«Suástica na alma?» não será um termo excessivo?

Já estou a imaginar os advogados dando voltas à mioleira a ver se lhe movem mais um processo.

Você corre o risco de ser o Kafka da Póvoa de Varzim!!!

21 maio, 2008 18:05  
Blogger IN VERITAS said...

O termo é "politicamente ofensivo"
e equivalente a chamar a um comunista "social fascista"... De resto o Nacional Socialismo a quem os americanos alcunharam de NA ZI ( das iniciais alemãs Nazional Zozialism - escrevo no som pronunciado- fonética e não grafia) era nada mais que a SOCIAL DEMOCRACIA resultante dos ideais de Rosa Luxemburgo, num melting pot com a vertente imperialista da constituição de Weimar ...Por isso é muito dificil distinguir hoje sociais democratas de socialista e até de comunistas...

23 maio, 2008 10:18  
Blogger Manuel CD Figueiredo said...

Assisti à Reunião Pública de Câmara em questão(19 de Maio), presidida por Aires Pereira( o presidente Macedo Vieira voltou a faltar!), e não me deixaram levantar a questão que lá me levou porque os "senhores que mandam" terminaram inopinadamente a sessão. Não cumpriram a lei, mas como o que vale é a "sua" (deles) vontade...Motivo suficiente para fazer chegar o assunto a instâncias superiores.
O comportamento da maioria PSD naquela Reunião Pública merece ficar nos anais da pouca vergonha política. Nunca pensei que pudessem chegar a tão baixo patamar. Inacreditável!
As argumentações e a decisão de Aires Pereira fizeram-me lembrar os Plenários da Boa-Hora ou de Santa Clara, no tempo da ditadura, se bem que aqui o munícipe não foi mandado para Caxias ou para o Tarrafal. Simbolicamente, fomos todos nós: os Poveiros!

23 maio, 2008 20:05  

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