SÍNDROMA DO MADEIREIRO
"Não é raro vermos numa praça pública abater-se sem protesto uma árvore. É até vulgar!... Quando a árvore começa a ser bela, esgalhada e enorme, cheia de ruídos e de sombra - surge o vereador e corta-a, sem imaginar sequer que mais vale um simples e humilde plátano do que um conselheiro de Estado. O político é inútil. Faz mais diferença à natureza o assassinato de uma grande árvore, que dá sombra e frescura, do que a morte de meia dúzia de conselheiros de Estado gravíssimos e calvos. Perdoem-me!"
in "Maio", de Raul Brandão, 1901
O que verificámos no Largo das Dores deixou-nos estupefactos!
Assistimos ao abate de praticamente todos os plátanos desse largo. Plátanos saudáveis, vetustos, de porte magnífico.
O que demorou anos e anos a crescer caiu por terra em tempo recorde.
Em vez de cirurgia plástica que melhora o conjunto partindo do que existe e se deve manter, optou-se pela decapitação cruel e fria.
Foi a vitória da moto-serra sobre o bisturi, numa expressão assassina do síndroma do madeireiro!
O que demorou anos e anos a crescer caiu por terra em tempo recorde.
Em vez de cirurgia plástica que melhora o conjunto partindo do que existe e se deve manter, optou-se pela decapitação cruel e fria.
Foi a vitória da moto-serra sobre o bisturi, numa expressão assassina do síndroma do madeireiro!
As árvores já lá estavam. Quem chegou foi o parque subterâneo. Num urbanismo inteligente, quem chega deve adaptar-se, valorizar e não destruir. Se tivesse existido o mínimo de respeito pelas vetustas e sadias árvores na concepção do parque subterrâneo, ter-se-íam procurado alternativas minimizadoras de impactos negativos para o ambiente, adaptando-se a forma à pré-existência.
A história do desenho urbano está cheia de exemplos positivos.
Se assim tivesse sido, por certo que os plátanos continuariam de pé, frente ao Hospital, “árvores cheias de ruídos e de sombra”.
Se assim tivesse sido, por certo que os plátanos continuariam de pé, frente ao Hospital, “árvores cheias de ruídos e de sombra”.
16 Comments:
Há muitos anos quase trinta, tive a tarefa de arrancar um araiz de um eucalipto..uma árvore cortada pela base como esses cepos dos plátanos en frente à Misericórdia...
Cavei em volta, bem fundo.. Já quase me escondia todo na raiz, tão grande era o burado em volta enada de a raiz dar sinais de si.. colocava alavancas, cortava raizes mais pequenas e nada... depois demuita suadela fuio buscar um macaco hidraulico, minei por baixo do cepo, até arranjar uma toca à medida do macaco metálico...pombeei manualmente e então o cepo começou aranger lentamente, e eu colocava os pés no macaco com toda a força que tinha nas pernas para que ele não escapasse e me saltasse ao corpo ou á cara como um tiro...Depois de alguma luta tal como um molar na cadeira do dentista lá veio o cepo aos bocadinhos demilimitroem milimetro para fora da terra...Como estava agarrado á terra...como se tivesse ainda esperança de voltar a desabrochar...
-"Plantai árvores , crianças, e abatam-nas quando forem grandes"(discurso impudente dos nossos políticos;
-Ficarão as árvores no Largo das Dores/Hospital, disse o presidente. ABATEU-AS!
-A Póvoa deve ser única neste tipo de crime ambiental;
-Se o Eça fosse vivo, quanta bordoada...
-À maneira de Raúl Brandão, temos políticos cujo porte é semelhante ao da urze!
-Quem não sabe de urbanismo e doutras coisas deveria ler uns livros, antes de asnear.
JJ acabei deler o Povoasemanário online e fiquei estarrecido...Como pode um Jornal assimter tanto "òdio contra ti..."e a conversa do PC com arepetição do "fale baixo"...SE calhara queria dizer "fale por baixo"... ou seja por baixo do pano? E a bandeira amarela por causa da interpolação aos escuteiros... esse Jornal quer mesmo denegrir atua imagem...pois sabe que vais ser o Próximo PC e quer evitá-lo a todo o custo...Continua firme a tua que está verto.. e os Poveiros Honestos estão contigo!
Como dizia a Tia: não vai faltar lenha em certas lareiras de certas quintas.
Arquitecto
Não quero deitar mais lenha para a fogueira, mas as pessoas que aqui vêm dizer que não deve reagir a estes vermes, não têm razão!
Hoje ouvi na Rádio Mar um ataque dos mais sórdidos e rasteiros que se pode imaginar contra a sua dignidade como pessoa.
De novo esse Vianêz que revelou uma preversidade moral inominável.
Desta vez foi mesmo longe de mais ao referir-se à questões de natureza íntima e privada...num nível execrável demais.
Não sei como é possível a sociedade tolerar um energumeno deste calibre!
Como é possível este homenzinho ser presidente dos Lions?
O que pensam disso os seus companheiros? Sentem-se representados por tal pessoa, sem escrúpulos nem um pingo de ética?
Peça para ouvir a entrevista.
Veja ao que chega o ódio e o servilismo ao poder de algumas pessoas!
E prapare-se: isto não é mais do que um dos momentos de uma cabala montada para o tentar destruir, desmotivnado-o da sua acção política! Você está a encomodar o boi que está a comer. Por isso, vão tentar desanimá-lo, aborrecê-lo, provocá-ló...Primeiro começaram a atacá-lo a si. Agora já envolvem a sua intimidade e a sua família...
Mas não desista.
Isso é o que querem!
Precisamos de si para acabar com esta podridão!!!
"Há sempre alguém que resiste!"
Dizia o Poeta, reportando-se ao tempo da ditadura.
Agora, na Póvoa de Varzim, há um "Plátano" que resiste aos ventos do novo-riquismo reinante, aos ventos do oportunismo sem peias, a esse "Plátano" (SG), dedico este singelo poema, esperando que perdure e se imponha à "floresta" de arbustos rasteiros que por aí prolifera.
Árvores plantai, diziam
lá na escola, os professores,
todos de acordo, sorriam,
à flora davam louvores
incensavam trilogia
p'ra que ninguém duvidasse:
homem completo, seria
o que uma árvore plantasse,
que um filho também fizesse
e que à estampa um livro desse!
Mas... agora é um pavor!
filhos, ninguém quer fazer...
livros, ninguém dá valor...
árvores, são p'ra abater!
Só não abatem a gente
pois não arde nos fogões...
mas... seu ódio é tão demente
não tenhamos ilusões:
quem fizer sombra ao Poder
tal destino pode ter!...
O Joaquim Vianez é presidente dos Lions! Como é possível que os Lions se deixem representar por alguém sem princípios éticos, capaz de destruir, num abrir e fechar de olhos, os principios de uma organização que é suposto ter um código ético como referencial?
Luis Marinho
...Alguem reparou que até na Praça João XXIII, na saída da mesma pelo acesso à Rua A.Graça, também aí foram cortadas 3 arvores que se situavam em plena zona ajardinada? Foi já uns meses, e eu que lá passava perguntei ao funcionário da C.M. o porquê, tendo o dito respondido que a Engª lhe dissera que a qualidade das mesmas não era a mais indicada. Na Praça correu o boato que houve queixas de comerciantes, por causa da sombra, dejectos de passaros, etc.... Que eu saiba, ninguem veio explicar o abate...
Não há, nem nunca houve na Póvoa uma política para os espaços verdes... Priviligia-se o cimento!
Lamentavelmente, também não existe um movimento cívico capaz de lutar contra estas atrocidades...
Cumprimento-o pela sua coragem e dignidade.
Cumprimentos,
Luís Ramos
Eu queria ver o Garcia daqui a 2 anos a estacionar o carro dele no parque subterâneo e a ver as raízes das árvores à volta do carro dele.
Oh amigo, então não sabe que as árvores têm raizes? E que as raízes ficam debaixo da terra? E não sabe que o parque vai ser SUBTERRÂNEO? E que subterrâneo significa debaixo da terra?
Oh amigo, como seria possível manter as árvores sem as raízes???
Tanta ignorância... tanta ignorância...
Ó amigo desconhecido...
Se soubesse e ler e tivesse transparência de espírito, veria que o que aqui se defende é que o projecto tivesse outra configuração na cave, precisamente para permitir que as árvores permanecessem no lugar e, obviamente, continuassem a ter raízes!
É uma questão de inteligência e de capacidade técnica!
"Tanta ignorância! Tanta ignorância!"
Você tem razão! Só que a ignorância está do seu lado. Lamento!
Silva Garcia.
Quero felicitá-lo, por ser um homem de coragem e não ter medo de enfrentar em nome dos poveiros de bem (ainda há alguns) estes individuos que tanto nos têm maltratado, e se estão lixando para nós, criam as taxas que entendem (quase todas de legalidade duvidosa), aumentam a água como entendem, contratam para os seus quadros quem entendem; e nós aqui caladinhos? Força Silva Garcia, conta comigo, cada vez seremos mais. Um Grande abraço e podes ter a certeza, que nunca estás sozinho.
Para o Arq. Paisagista: 28 Novembro, 2006 16:39
Provavelmente não sabe, pelo seu comentário dá para ver que não, mas as raízes das árvores atingem uma área enorme debaixo da terra. Não se confinam apenas ao tamanho da copa da árvore. Imagine uma única árvore no centro do Largo das Dores, é bem provável ter as raízes ocuparem metade de todo o largo. Isto depende, claro, do tipo de árvore.
Informe-se primeiro, antes de simplesmente vir para aqui defender cegamente o Silva Garcia.
Para o Biólogo
Quer então o amigo dizer que não se podem fazer mais caves nesta terra...
Então, como é que vão ser plantados novos plátanos no largo das Dores, como se afirma no projecto? É mentira?
E, o que eu disse é que o projecto se devia adaptar à pre-existência - isto é às árvores. Não disse que as árvores não têm raízes.
Já agora, havenos de ver qual o impacto das raízes daqueles magníficos plátanos. Veremos se ocupam a totalidade da praça ou se eram impeditivos de um prjecto mais racional e amigo da natureza!
Quanto ao arquitecto Garcia, nem sequer o conheço...Só sei que, por ignorância e falta de imaginação, a cidade é o que é.
Arquitecto Paisagista
Vamos tirar isso alimpo..
basta ir ver os tamanhos dasraizes das arvores agora derrubadas...
haja alguém que vátirar umas fotos epublicar aqui nos blogs...
Agradou-me o repto lançado aqui por 'armax'...
Crie-se um movimento cívico que lute por causas, pela Póvoa! Só vejo uma pessoa para o liderar, V.Exª Arqº Garcia, pelo empenho e coragem que tem demonstrado. Estou disposto a acessorá-lo, se achar necessário, na minha área (espaços verdes) e a apoiá-lo nas outras questões. Não está sózinho, Arquitecto! Pode ter a certeza disso!
Abraço
Luís Ramos
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