27 agosto 2006

OBJECTIVO CIDADE SAUDÁVEL I

foto de autor desconhecido
1. A interdição de quatro praias da Póvoa pela autoridade de Saúde constituiu um facto demasiado grave que arrasta consequências negativas para toda a comunidade local.
Qualquer observador isento e minimamente atento sabe que, em última instância, a responsabilidade política é da Direita que, desde o 25 de Abril e há 16 anos com a marca do PPD/PSD governa o Município poveiro e que sempre relegou para a plutónica alínea das suas prioridades a materialização de um sistema de tratamento de águas residuais. Na Póvoa só 5,5% das águas residuais têm tratamento. As redes da cidade e das freguesias do litoral continuam a descarregar para o mar sem qualquer controlo, poluindo as águas, com efeitos negativos para o sector das pescas e para as actividades turísticas e de lazer.
No espaço rural o cenário repete-se e é agravado pela contaminação dos solos, das toalhas freáticas e dos ribeiros em consequência de práticas agro-pecuárias inadequadas.

2. Mas, em vez de arregaçar as mangas e trabalhar afincadamente na resolução do problema, a reacção barulhenta da maioria PSD a propósito da contaminação das Praias por salmonelas foi a habitual sacudidela da água do capote.
A delicadeza da situação exigia tranquilidade, empenhamento sério e prontidão na identificação das causas e na minimização das consequências, mobilizando todos os agentes públicos e privados.
A reacção da maioria PSD não dignificou a Câmara Municipal e dificultou o encontro de vontades que interessa potenciar em nome do bem comum. Em vez de serenidade, causou intranquilidade nos banhistas e nos concessionários da Praia. No lugar do sentimento de confiança, espalhou uma tentativa de descrédito das autoridades públicas, pondo em causa a sua idoneidade. Em vez do esclarecimento, introduziu a confusão e a desinformação ao promover análises alegadamente contraditórias com as oficiais e a divulgá-las amplamente.
POR fim, Macedo Vieira – que insiste em desvalorizar a função de um sistema de tratamento de águas residuais e em fingir que não tem competências e atribuições concretas inscritas na Lei que obrigam a Câmara em matéria de saneamento básico, atirando para os Governos as culpas que são EXCLUSIVAMENTE SUAS - não definiu correctamente as prioridades estratégicas do concelho e não deu o relevo necessário à construção de um sistema eficaz de tratamento de águas residuais.

3. A contaminação das águas do mar por salmonelas estava latente e poderia ter-se revelado em qualquer altura. É urgente, por isso, averiguar as razões por que tal aconteceu, embora seja óbvia a contribuição da falta de tratamento das águas residuais e a contaminação de linhas de água que desaguam no oceano.

Todo o tempo é curto para se consumir em estéreis confrontos. Importa agir na procura de soluções, num consenso tão alargado quanto possível.
Ser parte da solução e não do problema é juntar todas as energias necessárias à superação desta situação insustentável, para que a Póvoa seja um lugar saudável para todos nós e não perca a sua atractividade como destino turístico.

O Turismo é um sector que importa potenciar para o desenvolvimento económico e a criação de oportunidades de emprego na Póvoa de Varzim. A Praia é um elemento estruturante do território poveiro, constituiu um equipamento de valor inestimável na qualidade de vida dos cidadãos e uma oferta turística incontornável. O produto sol/areia/mar continuar a ser decisivo no plano turístico. Mas, se é preciso dar-lhe valor, combiná-lo com novas formas de entretenimento e articulá-lo com outras temáticas turísticas, de modo a combater a sazonalidade e a aproveitar as sinergias potenciais de outros segmentos, nomeadamente, a natureza, o desporto, a saúde, os negócios, a cultura e o espiritual/religioso, é absolutamente indispensável cuidar da sua qualidade intrínseca.

4. SER PARTE DA SOLUÇÃO é, em síntese:

- agir pressionando a Empresa Pública Águas do Ave SA, para que imprima maior celeridade de procedimentos e antecipe a data (2010) apontada para a conclusão da Rede de Drenagem de Águas Residuais e da entrada em funcionamento das ETARs previstas, nomeadamente a de Touguinha.
- formalizar candidaturas de obras de saneamento básico às verbas disponibilizadas pelo Instituto de Financiamento e Apoio ao Turismo, ao abrigo do Regulamento da Portaria n.º 384/2002 aprovado pelo Despacho n.º 165/SET/2003, que confirma que são susceptíveis de apoio os projectos de relevância turística tendentes a realizar, entre outros, “a qualificação e conservação de recursos e a criação, qualificação e conservação de infra-estruturas”. Neste âmbito, nada impede o apoio do Instituto de Financiamento e Apoio ao Turismo a obras de saneamento!
O problema que estamos a viver demonstra que, como repetidamente afirmei, se há intervenção com relevância turística é a construção de equipamentos que assegurem a qualidade da água do Mar e das Praias através do tratamento das águas residuais.
- desenvolver medidas imediatas para prevenir e diminuir os riscos de novas contaminações, mobilizando equipas de técnicos municipais, as Juntas de Freguesia e a Delegação de Saúde:
a. proceder à vistoria periódica de todas as componentes do sistema de drenagem de águas residuais instalado, com elaboração do respectivo relatório, caracterizando a situação e indicando eventuais acções a desenvolver;
b. reactivar a ETAR de Aguçadoura que, até há pouco tempo, estava inactiva;
c. proceder à vistoria de todas as linhas de água, detectar e combater as ligações ilegais;
d. desenvolver uma campanha de estímulo à ligação das redes privativas das habitações à rede municipal existente, através da redução em 50% dos custos com taxas e licenças;
e. estudar e criar nas zonas rurais lagoas para tratamento de águas residuais por fitodepuração;
f. agir junto das agricultores com vista a diagnosticar os impactes das vacarias na qualidade de vida e no ambiente, a sensibilizá e a formar produtores e consumidores para a adopção de comportamentos sustentáveis, implementando técnicas adequadas à minimização dos impactos negativos e ao cumprimento das normas nacionais e comunitárias, resolvendo os problemas ambientais causados pelos efluentes líquidos resultantes da produção intensiva de bovinos: os chorumes, os estrumes, as águas sujas resultantes das lavagens das salas de ordenha, das águas lixiviantes dos silos. Estes resíduos possuem um elevado potencial de poluição/valor fertilizante, possuindo ainda cargas elevadas de azoto e fósforo. Os potenciais efeitos negativos para o ambiente e qualidade de vida incluem a contaminação de cursos de água e camadas freáticas, por descarga directa, escorrimento dos terrenos ou devido a problemas de impermeabilização nas fossas de armazenagem, excessos de nitratos e fosfatos nos solos, e acumulação de metais (Cu e Zn) e antibióticos, produção de odores desagradáveis e proliferação de insectos, poluição atmosférica, com contribuição para o aquecimento global e destruição da camada de ozono e contracção de doenças por seres humanos e animais.
- preparar com cuidado e atempadamente a Época Balnear 2007, através da conjugação de esforços entre a Câmara Municipal, o Ministério do Ambiente, o Instituto Portuário e dos Transportes Marítmos, a Capitania, as Juntas de Freguesia do litoral, as diferentes Associações e os diversos agentes económicos. É preciso revitalizar as praias do nosso concelho e, além do integral e adequado ordenamento das praias, é preciso estabelecer, em definitivo, um protocolo de cooperação com todos os agentes directamente ligados à gestão e utilização das praias com vista à sua correcta limpeza periódica ao longo de todo o ano. Agora é questão é com as águas do mar, mas há muito que se suspeita da qualidade das areias que, pelas mesmas razões, são permeáveis à contaminação por bactérias
A par deste esforço conjunto, é preciso desenvolver uma forte acção de promoção turística que faça esbater a má imagem resultante do caso das salmonelas.


13 Comments:

Blogger Marx said...

Caro Arq.

Concordo, globalmente, com tudo o que aqui refere. E, também, com o que poderia ser acrescentado em prol da resolução desta deficiência estrutural. Não apenas da Póvoa, mas também de Vila do Conde. Da nossa região, portanto.

Já não concordo, entretanto, com a insistência na coloração deste tipo de questões. Isto é, a culpa ou é «da Direita» ou é da Esquerda. Ora, creio que este é um discurso errado.

Estamos a falar de uma questão que é, antes de tudo o mais, técnica. Que é a de se saber se, por exemplo, já chegou o tempo de construir uma ETAR. Ou um exutor submarino. Ou ambos. Seguramente, ambos. Ora isto (a necessidade de tomar esta decisão) não é uma questão política. Ou partidária. Não será «de Direita», como também não será de Esquerda. Construir ETAR's, ou exutores, não vem no programa de nenhum partido político em Portugal...

A questão não é, assim, política. É, na minha modesta opinião de munícipe (duplamente) anónimo, uma questão de gestão. E empresarial quanto baste. Que releva mais para a visão estratégia que qualquer gestor «municipal» deve ter. Do que para meras inclinações doutrinárias. Ou partidárias. E quando esta gestão de prioridades falha, como evidentemente foi o caso, os responsáveis devem ser punidos. Eleitoralmente é, apenas, o que acontece agora. Muito gostaria eu de que, no futuro, se agravassem as penalizações. Até criminalmente, quando fôr caso.

Lamento colocar-lhe este reparo. Até porque as considerações que faz a seguir são correctas. Mas já vai sendo tempo de se falar destas coisas com o rigor a que, muitas vezes, o discurso partidário retira. E que, não raro, confundem os eleitores. Levando-os à inércia.

28 agosto, 2006 00:37  
Blogger CÁ 70 said...

Caro Marx

Num sentido estrito, as ETAR´s não são instrumentos ideológicos. As soluções tecnológicas utilizadas na sua concepção ou dos sistemas em que se inserem, também não.
E a opção por dotar de saneamento básico as povoações é um desiderato há muito assumido por toda a sociedade portuguesa e está inscrito nos principais estatutos legais vigentes em Portugal, designadamente a Lei das Autarquias Locais e a Lei da Transferência de Competências para as Autarquias Locais.
Não é, pois de esquerda ou de direita.
Mas, a OPÇÃO de assumir ou não o saneamento básico como investimento estruturante numa perspectiva de Desenvolvimento Sustentável e a OPÇÃO de lhe dar ou não a máxima priorida-de, isso é objectivamente POLÍTICO!
A referência à Direita (seja a do CDS-PP, seja a do PSD nos últimos 16 anos) é apenas para esclarecer que, na Póvoa de Varzim, estas forças políticas valorizaram sempre mais o acessório sobre o essencial, as obras de pó-de-arroz sobre aquelas que são indispensáveis a que tudo o resto cresça bem e com equilíbrio. A saúde pública é o mais importante bem a acautelar… Não é estimulante ter uma marginal bem arranjada, onde se gastaram – por duas vezes em menos de 10 anos – milhões de contos de reis, e estar sujeito a ter doença nos solos, nos ribeiros, nas águas do mar, nas areias e no ar.

Portanto, não sendo as ETAR´s instrumentos ideológicos, num sentido estrito, o recurso ou não à sua realização é expressão ideológica, não de direita ou de esquerda – felizmente que há muito os movimentos ecologistas influenciaram já também a Direita para a defesa do ambien-te -, mas do pensamento político avançado ou retrógrado de quem tem competências e atri-buições que o obrigam legalmente, e tem legitimidade politica bastante para escolher o cami-nho certo, mas vem sistematicamente adiando a solução…por laxismo, por incompetência, por auto-desresponsabilização, ou simplesmente por querer alcançar vitórias eleitorais da forma mais fácil numa terra onde a formação e a informação têm níveis débeis, e o embrulho vale às vezes mais do que o conteúdo.

Já imaginaram quantas centenas de milhares de contos se gastaram aqui na Póvoa desde o 25 de Abril? Algumas vezes até para repetir as mesmas obras? Será que alguém acredita que para construir a Rede de Drenagem de Águas Residuais e o respectivo Sistema de Tratamento não havia, nem há dinheiro?

Caro Marx, apesar de chamar os bois pelo nome, o essencial do meu “post” é o apontar de caminhos. É isso que interessa e é urgente! Vamos ver como reage a estas propostas quem há muito deveria ter escolhido a resolução deste problema como objectivo primordial!

28 agosto, 2006 11:07  
Anonymous Anónimo said...

Não pretendo estender mais esta questão. Até porque, no essencial, concordo consigo. No entanto, permita-me utilizar um pequeno trecho do seu texto.

«...mas vem sistematicamente adiando a solução…por laxismo, por incompetência, por auto-desresponsabilização, ou simplesmente por querer alcançar vitórias eleitorais da forma mais fácil numa terra onde a formação e a informação têm níveis débeis, e o embrulho vale às vezes mais do que o conteúdo.»

Já reparou que, por exemplo, em Vila do Conde, será este o mesmíssimo teor duma eventual acusação da oposição à respectiva CM? Culpando, então, a Esquerda pelos mesmíssimos motivos?!

Prova de que nem sempre a lógica partidária será benvinda nestas coisas.

28 agosto, 2006 11:38  
Blogger Manuel CD Figueiredo said...

Este é parte do «programa» a realizar pelo executivo camarário, se quizer resolver, de uma vez por todas,esta questão, que ultrapassou já os limites do impensável e do absurdo. Para além da desobediência às determinações das autoridades competentes, que é CRIME, cometeu-se um atentado à saúde pública: outro CRIME! Por ambos, alguém vai ter que responder! As declarações (faltavam estas!)do vereador do Turismo,Afonso de Oliveira,no JN de hoje, são ridículas e reafirmam a irresponsabilidade manifestada pelos seus pares.
Neste processo, também a comunicação social poveira ficou àquem das suas responsabilidades(chegando nalguns casos a tornar-se cúmplice pela desinformação). Elisa Ferreira foi clara a este respeito(JN,27.08.06); e,juntando a sua opinião à de JJ Silva Garcia,pode ser que o problema passe a constar de imediato na «agendazinha política» do executico PSD. Oxalá!

28 agosto, 2006 17:13  
Anonymous Anónimo said...

Aqui vai um artigo publicado no JN de Domingo passado, escrito pela eurodeputada socialista, Elisa Ferreira.


RECADOS DAS SALMONELAS
Que novas realidades requerem novas atitudes é um lugar comum; mais difícil é, em cada situação, termos o distanciamento suficiente para responder adequadamente às questões complexas com que nos vamos deparando. A enorme polémica a propósito da qualidade das águas balneares em várias praias do Norte, e em particular na Póvoa de Varzim, é um exemplo concreto a merecer reflexão a, pelo menos, dois níveis o das atitudes e consequente impacto no cidadão, aqui também consumidor; o das verdades que, "como o azeite", vêm sempre ao de cima.

Quanto ao primeiro tópico, e tentando encurtar razões o Ministério da Saúde detectou deficiências na qualidade da água do mar impeditivas do seu uso em várias praias e determinou a correspondente interdição, decisão que indicia algo de grave. Para localidades que vivem do turismo balnear, operando em ramos de negócio onde a competição é feroz e se amealha para todo o ano nos meses de Verão, notícias como esta constituem uma machadada grave e podem ser fatais para a imagem de um turismo em que é essencial a qualidade, isto é, bom ambiente e saúde pública.

Há produtos com características semelhantes, onde a confiança do consumidor é determinante. Recordemos as questões pontuais de qualidade ameaçadoras da imagem de marcas conhecidas de alimentos para bebés, produtos farmacêuticos ou águas minerais; detectado o problema, houve que definir as atitudes compatíveis com a salvaguarda do prestígio da "marca", a prioridade atribuída à saúde do consumidor e a reposição da confiança impedimento imediato do acesso ao produto defeituoso (retirando os respectivos lotes do mercado), reforço e publicitação das verificações realizadas e melhoria do controlo; tudo com a ideia subjacente de que, corrigidos os erros, o produto fornecido adquira uma fiabilidade acrescida.

Com as devidas adaptações, uma estratégia deste tipo poderia ter sido usada no caso vertente mas, não querendo fazer apreciações concretas, não foi infelizmente ao que assistimos. O "cliente da praia" foi confrontado com resultados contraditórios de análises, tentativas de desacreditação de responsáveis, acalorados debates na imprensa local e regional ou discussões sobre zonamentos, num processo em que escasseou a informação sobre qualidade da água que obrigatoriamente deveria ser disponibilizada aos utentes. Conclusão aumentou-se a dimensão mediática do problema e instalou-se a dúvida e o descrédito nos cidadãos. E se, havendo quem atribua o hastear da bandeira vermelha a motivos "políticos", alguns optaram pela "verdade" da bandeira verde ou pela resignação, outros pensaram que nada prova que não seja a bandeira verde a ter por detrás pressões locais para salvaguardar o negócio da estação, colocando em último lugar o interesse da sua saúde e da dos seus filhos; optarão, deste modo, por mudar de praia para não correr riscos numas férias curtas e em que o dinheiro não abunda, o oposto das intenções que justificavam a polémica.

Quanto ao segundo tópico, e independentemente de gestões pontuais, a verdade é que há uma questão estrutural de qualidade da água na zona de Vila do Conde/Póvoa de Varzim que não ficará resolvida enquanto o tratamento dos esgotos destas já grandes urbes não passar para a primeira linha da prioridade política. Bastará consultar o site do INAG-Instituto da Água para se perceber quanto o país tem requalificado as suas águas balneares em 2006, pouco mais de 2 em cada 100 praias não têm qualidade de água conforme para a prática balnear quando, em 1993, eram 42 em cada 100 as praias com água imprópria; e, neste registo de desconformidade, já não figuram praias da Região Centro nem do Alentejo, sendo mínimos os problemas ainda existentes no Algarve e na zona de Lisboa e Vale do Tejo; a persistente falta de qualidade concentra-se, pois, no Norte, sobretudo em praias das zonas de Matosinhos/Porto e Vila do Conde/Póvoa.

Volto ao âmago do tema em zonas cujo dinamismo económico depende do turismo de praia, tratar das componentes urbanísticas (com qualidade, reconheça-se!) e descurar a qualidade da água é "dar um tiro no pé", é minar as bases do futuro. Sem querer explorar aqui as causas da actual situação, a única estratégia inteligente, na linha de encontrar uma oportunidade em cada revés, é aproveitar a mediatização para lançar publicamente um novo objectivo do tipo: "uma bandeira azul para cada uma das praias problemáticas em 2010". E assim, se finalmente as prioridades se corrigirem, talvez ainda venhamos a bendizer as salmonelas de 2006!

28 agosto, 2006 20:46  
Anonymous Anónimo said...

MARX

O que o JJ provavelmente quis dizer é que a opção por obras eleitoralistas, que dão nas vistas, em vez de obras essenciais e de base, é, em si mesmo, uma atitude retrógrada, e, nesse sentido, de DIREITA!
Se os socialistas de Vila do Conde imitam os pêpêdês nesta questão do sanemaneto, nesse preciso momento também estão a ser de DIREITA!
É que a ESQUERDA às vezes também se esquece de ser de ESQUERDA!

Não é caso é para ter medo de falar de esquerda e de direita!


Pedro Bandeira

28 agosto, 2006 20:53  
Blogger renato gomes pereira said...

O problema é simples de diagnosticar até porque cheira mal mesmo... e dantes não cheirava...
Construiram-se mais torres habitacionais e os apartamentos ficam desocupados durante amaior parte do ano só se ocupando com "turstas2 e proprietários de segunda habitação no verão... aomentando assim o fluxo dos fluidos dos esgotos...Foi preciso alns dias de verão intenso (calor máximo) para que a coisa transbordasse e fedesse!

Para quê esconder o que não pode ser escondido?
é culpa das camaras? ´+e culpa dos governos? isso pouco importa...importante é descobrir a solução erápidamente.. Etars e exutores submarinos...ou outras...

mãos à obra...!Não inventem mais desculpas!

29 agosto, 2006 09:32  
Anonymous Anónimo said...

Pedro Bandeira,

Percebo, naturalmente, a dicotomia Esquerda/Direita. É um exercício, algumas vezes, interessante. E, não raras vezes, traiçoeiro. Mas compreendo tudo isso no âmbito do jogo político-partidário-ideológico. Já neste tipo de questões, que considero bem mais «terrenas», apenas servem para confundir. O eleitorado, os munícipes, os interessados. Levando a alguma desacreditação, muitas vezes, das questões que estão em causa. Ora foi este o sentido do meu post.

Aliás, aproveito para rectificar que, quando escrevi que a questão não é «política», queria dizer que não será do âmbito do «jogo político». Obviamente que toda a acção, mesmo a inércia, é um acto político.

(Alíás, a mais engraçada definição li-a há muitos anos. Suspeito que do Miguel Esteves Cardoso. Dizia que que até o acto de colocar o papel higiénico no rolo, com as folhas viradas para cima ou para baixo, é um acto político.)

29 agosto, 2006 12:25  
Blogger Peliteiro said...

Claro que esta não é uma questão partidária.

Aliás, Caro Silva Garcia, muitos eleitores do PSD votaram em si (eu incluído) exactamente porque, mais que os partidos, interessa a competência e a seriedade das pessoas.

Esperemos assim que nas próximas eleições as pessoas dispam os seus cachecóis partidários e varram Macedo Vieira e sua pandilha da direcção dos destinos da Póvoa de Varzim.

29 agosto, 2006 14:04  
Blogger José Leite said...

Não existe um aparelho para medir a competência dos políticos. Esse instrumento é o voto popular. Esse voto tem sancionado comportamentos altamente lesivos (na minha modesta opinião) da racionalidade económica, do são ordenamento territorial, da qualidade de vida (lato sensu), da democraticidade, da justiça social. O voto tem premiado autênticas "sanguessugas" que inundam perniciosamente o tecido económico empresarial. Assistimos a autênticos crimes de lesa-economia ao mais alto nível (não só nas autarquias) e não há sanções para os prevaricadores... mas sim para os que apontam o dedo às feridas. ESTAMOS A CHOVER NO MOLHADO. A corrupção compensa!!! E até dá dividendos eleitorais!!!
Qualquer cidadão honesto, que não alinhe com os "Montes" do nosso descontentamento, não tem viabilidade política.

ENTÃO, QUE FAZER?

Aceitar o "status quo" e usar os mecanismos ao alcance para derrubar o SISTEMA? E o que é preciso então?

Alterar a Lei, sancionando exemplarmente os abusos (com perda de mandato por motivos concretos, explicitados na Lei), esclarecer o povo sobre a gravidade da situação que, a continuar assim, dará azo a médio prazo à degenerescência total do regime. Há, de facto, autênticas acrobacias maquiavélicas em que alguns se estribam para ocultar dados (opacidade à outrance!) e lançar cortinas de nevoeiro sobre as administrações locais. Não quero falar em nomes, mas toda a gente os conhece e não é só na Póvoa. O País padece de mal generalizado e não vale a pena tapar o sol com a peneira. DIREI MAIS:
Quem não for assim, talvez nunca ganhe eleições. Quem não pactuar com estes lóbis, não terá chances. Quem julgar que é só na Póvoa que há falta de transparência, atentados ao eco-sistema, clientelismos de toda a ordem, engana-se redondamente.

Veja-se a MADEIRA, veja-se FELGUEIRAS, sem aprofundar muito, veremos que o próprio ordenamento jurídico é permissivo a estas malfeitorias e, no actual estado de coisas, não serve os interesses de uma vera democracia.

Cancros como o da ausência de Concursos Públicos, "obras a mais", admissões de pessoal segundo esquemas pseudo-democráticos, é o "pão nosso de cada dia". Sanções?

Nem vê-las!!!

O regime está-se afundando paulatinamente. Já venho a afirmar isto há duas décadas. As assembleias de freguesia e as assembleias municipais, com este figurino , não fiscalizam efectivamente. Há ditaduras de maioria que são o caldo de cultura onde proliferam os vírus da corrupção e do compadrio, quais salmonelas amargas que infestam este "mare nostrum" que é o Poder Local...


Os jornalistas que abrem a boca, pedagogicamnete, são acusados de "maledicentes", "fanáticos", "frustrados", quando não: ESQUIZOFRÉNICOS!!!
O fartar vilanagem campeia e o "cavalo do poder!" sabe que está protegido pelo 2escudo invisível".
Ouviram falar de Collor de Mello e P.C. Farias?

Eles andam aí, de braço dado, em muitas autarquias deste país. Aqui na Póvoa aquele que no tempo do Dr Vaz andava sempre a reboque (era PSD mas apoiava o CDS, no início, e depois "trouxe" o então líder para o seu redil...) continua a impôr o seu controlo sobre o poder político. Até há quem diga que faz análises... qualquer dia cria uma empresa de sondagens (eleitorais...) para satisfazer alguns caprichos...

Enfim, o poder económico traz pela coleira o poder político!... doa a quem doer!...

29 agosto, 2006 17:45  
Blogger CÁ 70 said...

Caros companheiros de reflexão e debate,

Com este Post não pretendi dar enfâse à questão partidária,mas sim à urgência do encontro de energias na urgente construção de soluções eficazes para a defesa do ambiente e da saúde pública.

Como é da Póvoa que falamos, era inevitável, não obstante, uma referência à culpa histórica e objectiva do CDS e do PSD que têm administrado o poder local na terra poveira.
Ora, ambos os partidos se reclamam de Direita, daí a minha referência ao epíteto, embora reconheça que, cada vez mais, a própria Direita se vai empenhando em defender o ambiente.
Mas, todos sabemos que, para a Direita, este é um tema e uma bandeira recentes. Ainda crepitam as fogueiras em que a Direita fez arder os movimentos verdes e ecologistas...A defesa do ambiente nasceu do inconformismo perante uma atitude antropocentrica de exploração da Natureza, sacrificando-a ao lucro pelo lucro! E o inconformismo em defesa do bem comum, é manifestamente uma característica da Esquerda!

É óbvio, por outro lado, que há quem se afirme de Esquerda e não governe à Esquerda! Mas essa é uma contradição que fica mal a quem a pratica! Mas, como pergunta Helena Roseta, estará a Esquerda condenada a governar à direita?

Eu acredito que não, e que a Esquerda não pode ser neutra no debate social!

29 agosto, 2006 18:46  
Anonymous Anónimo said...

Alguém sabe dizer quem é o autor do Projecto que tanto ruído tem feito pelas bandas da Rua Santos Minho?
É que consta que é do Arquitecto....
Será que o Sr. Arquitecto falou com o Eng. Rocha para conseguir resolver o processo!
Ó Sr. Arquitecto será que o Sr. anda a falar de coerência e faz como Frei Tomás “olha para o que ele diz e não olhes para o que ele faz”???

29 agosto, 2006 18:54  
Anonymous Anónimo said...

Ó Anónimo

Qual é a obra que tem feito "tanto ruído"? Quer dizer que as obras não são feitas nos horários normais previstos na lei?
Se o barulho é feito fora do que está estipulado, a culpa não será do empreiteiro? E, já agora, quem é o proprietário?

Uma coisa me espanta: o Desagradável da Rocha detesta o JJ!O Vieira odeia o JJ!O Buenos detesta o JJ! O vereador das salmonelas não pode com o tipo...O Diamantinho, se pudesse, triturava o JJ, porque não lhe perdoa não ter que deixar de usar sapatos de verniz...

Alguém acredita que o JJ lhes ía pedir favores?
Alguém acredita que eles lhe fariam um favor sem exigir ao JJ que se calasse?
E o JJ calou-se? Não. Ainda na última reunião de Câmara lhes bateu forte e feio. A reunião foi à porta aberta e eu estava lá e vi!
E alguém acredita que se o JJ fosse culpado de alguma ilegalidade eles não aproveitavam logo para o esmagar?

João Silva

29 agosto, 2006 19:57  

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