26 março 2006

E-GOVERNMENT LOCAL


Afirmação.
Em Portugal, Aveiro e Castelo Branco ocupam o lugar cimeiro das cidades que dispõem de serviços de governo electrónico – e-Government -, com um nível muito elevado.

Comentário.
Se olharmos para o umbigo, o site da Câmara da Póvoa é um must quando comparado com o da Câmara de Rilha Fontes.
Mas se dermos lugar à lucidez, descobrimos que, afinal, é absoluta e tristemente básico e medíocre quando comparado com o da Guarda que se posiciona no último lugar das 39 cidades do “ranking” por níveis de desenvolvimento no e-Government.
Melhor dizendo, nem sequer cumpre os mínimos para integrar a tabela classificativa!

Numa perspectiva de agilização e de aproximação da Administração aos cidadãos, esta é uma questão prioritária com vista à eficiência…
Mas é, também e em certo sentido, uma questão cultural. E aqui, na Póvoa, a cultura da modernidade e da utilização das novas tecnologias da informação como instrumento do aprofundamento da Democracia e da melhoria da qualidade de vida dos cidadãos está longe de merecer a atenção dos vencedores amargos do dia nono de Outubro.

Apesar de todos os estímulos e sugestões, a Póvoa permanece adormecida se considerarmos os serviços que podem estar disponíveis: informação institucional do município (composição política, organograma funcional e identificação dos responsáveis, actas das reuniões do Executivo e da Assembleia Municipal, Planos de Actividades e Orçamentos, Relatórios de Gestão e Contas, regulamentos…), informação urbana (disponibilizando mapas, instrumentos de planeamento e gestão urbanística, transportes, utilidades diversas…), interacção com o cidadão (contactos de e-mail e telefone), transacção (download de impressos, possibilidade de pagamentos “on-line”, ou acompanhamento de diversos processos) e e-Democracia (fóruns de discussão, blogues, sondagens, “chats”…).

Enquanto na Maia, os munícipes podem conversar por ”chat” com o Presidente da Câmara, na Póvoa é tal a aversão à transparência e à partilha do poder, que os cítricos inquilinos da Casa Grande, num sonambulismo alienante, vêm os blogues como espaços eticamente duvidosos!

Mas, num tempo que exige mobilidade sustentável, para que tenhamos mais tempo, tal como o Metro, o Autocarro ou o nosso carro particular, o e-Government é um meio de transporte, que assegura o direito de acesso ao centro urbano.
A navegar pelas artérias virtuais da Internet também se poderia chegar à Câmara, sem atafulhar as ruas da cidade, tornando os parques de estacionamento uma obsoleta necessidade.

2 Comments:

Blogger Manuel CD Figueiredo said...

Continuam de orelhas moucas àquilo que se vem sugerindo há anos, e alheados das críticas que se teceram quando instalaram na cidade os três «postos de informação do cidadão», que custaram muito dinheiro e não serviram para nada.
Falta saber é se esse «programa» não continua ainda a correr...
É uma triste vergonha o que se passa nesta área, na Câmara da Póvoa: o «site» é um nojo, e para as (des)informações que só poluem o espectro e o espírito, bem andariam se o anulassem de imediato. A propósito: quem será o vereador responsável por tal «pangaiada»?
Hoje mesmo, à saída do parque do antigo Quartel, uma senhora idosa de uma das nossas aldeias perguntou-me se ia bem por ali, para tratar da água; respondi-lhe que era na parte da frente do edifício, mesmo lá ao fundo. Entretanto lembrei-me de lhe perguntar se já tinha ido à Loja do Ambiente, na Praça do Almada; que sim, foi a resposta, mas mandaram-na para ali!
Esta cena já faz parte do «e-government poveiro».
Até quando teremos que aturar tamanhas imbecilidades?

27 março, 2006 20:41  
Anonymous Anónimo said...

caro Silva Garcia,

É a 1ª vez e espero não ser a última a vir ao blog. Ouvi a sua intervenção numa entrevista na rádio onda viva e sinceramente acho que tocou em assuntos sensíveis. Foi bem conduzida e melhor respondida parabéns..Já tive o cuidado de enviar um email à dita rádio.

27 março, 2006 23:18  

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